Depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) solicitar, via ofício, que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) garantisse um lote de vacinas contra o novo coronavírus só para a Suprema Corte, a Caixa de Assistência dos Advogados de Rondônia também tentou furar a fila e garantir a imunização antes do restante dos brasileiros.
Em ofício enviado à Fiocruz no dia 22 de dezembro do ano passado, o grupo de advogados alega que está “preocupado” com o combate à Covid-19. No entanto, o próprio documento afirma que a maior parte dos advogados daquele estado “é jovem, com menos de 55/60 anos”, ou seja, fora do grupo de maior risco para doença.
“Advogados e estagiários costumam frequentar hospitais quando vão entrevistar clientes e, principalmente nos presídios, onde podem conduzir o vírus a esses locais tão vulneráveis”, justificam-se os advogados para pedir a doação de 5 mil doses da vacina.
Para tentar convencer a Fiocruz, o grupo afirmou, ainda, que iria arcar com os custos de transporte do imunizante.
A resposta da Fiocruz foi a mesma enviada ao Supremo Tribunal Federal, cuja solicitação fora de 7 mil doses, em novembro. Em ofício, a instituição escreveu que toda a produção da vacina contra Covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a empresa Astrazeneca, será “integralmente destinada ao Ministério da Saúde”.
“Infelizmente, a Fiocruz não possui autonomia nem para dedicar parte da produção para a imunização de seus servidores e colaboradores”, afirmou a fundação.