Lançado pelo Estado de Rondônia, por meio da Secretaria Estadual de Agricultura (SEAGRI) em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura (SEMAGRI), o serviço de perfuração de poços tubulares em Vilhena já está acontecendo. Foram selecionados 10 produtores rurais e 5 agroindústrias, por meio de uma lista de interessados disponibilizada no município, dos quais vários já receberam a visita do Geólogo responsável pela parte técnica.
Segundo o Coordenador da SEAGRI Regional Cone Sul, Ariel Gomes, a ação estará possibilitando aos produtores a obtenção de um poço tubular profundo pagando somente uma média de 30% do valor normal. Com a disponibilização de Geólogo, maquinário e execução do serviço, os agrícolas pagarão as despesas com taxas e o custo do material para construção do poço.
“Tendo em vista o que você pagaria em particular, em razão do que está sendo pago com a ajuda do suporte, sem sombras de dúvida é um importante auxílio que os agricultores terão. O Estado está oferecendo um profissional capacitado que vai orientar o produtor para que o poço esteja totalmente regularizado e não acabe causando transtornos posteriores, além do maquinário estadual cedido à SEMAGRI, que entrará com a mão de obra”, esclareceu Ariel Gomes.
A expectativa é estender a ação em sete municípios de Rondônia, sendo eles: Porto Velho, Candeias do Jamari, Itapuã do Oeste, Cujubim, Theobroma, Guajará-Mirim e Vilhena. Além da parceria com a SEMAGRI de Vilhena, o suporte estadual também conta com a parceria da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), da EMATER e das Secretarias Municipais de Agricultura das próximas cidades contempladas.
O QUE É PRECISO PARA PERFURAR UM POÇO?
Responsável por elaborar o projeto técnico do poço, liderar toda a parte construtiva e solicitar a outorga da água, o Geólogo Cleudson Eduardo de Sousa explicou ao FOLHA que há uma série de critérios para a perfuração de um poço tubular.
São observadas condições como: locação do furo, características físicas locais e problemas que dificultem o acesso das máquinas e rede elétrica. Além disso, também é preciso analisar se a área está distante de lixões ou fossas. Um estudo de relevo é observado, a fim de impedir que uma contaminação cruzada acabe afetando a água. Quando finalizado, o poço ainda passa por uma análise físico-química e microbiológica.
“Essa análise vai atestar se a água estará apta para o consumo ou não, pois às vezes só pela aparência límpida dela, pode-se pensar que a água está pronta para consumo. Mas, depois de uma análise percebe-se que ela tem características improprias para consumo devido sua composição ou contaminantes, alguns tipos de contaminação que não a deixa apta para utilização em fins de consumo”, explicou Cleudson.
O LICENCIAMENTO
O Geólogo também explicou que é necessário possuir uma outorga sobre o uso de água em um poço. Essa outorga de direito de uso é responsável por assegurar um controle quantitativo e qualitativo desse uso, além de garantir o exercício dos direitos de acesso aos recursos hídricos nacionais.
O licenciamento e demais organizações fiscais sobre um poço e o uso da água são legalmente necessários, sem eles o produtor rural pode até mesmo perder a oportunidade de pedir crédito rural em determinadas situações.
Para além de barreiras de crédito, a não legalização de um poço pode acarretar notificações e até mesmo multa, caso o produtor não faça o licenciamento do mesmo. Foi visando evitar todo esse transtorno que o Estado de Rondônia contratou o Geólogo Cleudson Sousa, para garantir todos os encaminhamentos aos produtores contemplados pelo suporte no licenciamento do poço e outorga da água.
VANTAGENS DO POÇO E SEU IMPACTO NOS LENÇOIS
As vantagens de um poço tubular são inúmeras. Desde a qualidade, construção eficaz, garantia sanitária até o fato de que o poço não poluirá ou irá interferir de forma prejudicial no aquífero.
Em relação aos seus impactos nos lençóis freáticos, Cleudson explica que Vilhena está sobre um aquífero de qualidade, com capacidade e vazão. Por ser um aquífero poroso, a região hidrográfica dá suporte para a ação. Mas, o consumo consciente e a preservação as áreas de recarga do aquífero são necessários, para garantir a sua vitalidade.
“A região do município de Vilhena possui excelentes características hidrogeológicas, onde é possível se obter água de qualidade e com vazões elevadas, devido as propriedades do aquífero Parecis. É possível explotar água com maior facilidade em comparação a outros tipos de aquíferos, como por exemplo os aquíferos fraturados”, finalizou o geólogo.
