O embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, irá desembarcar em Porto Velho na segunda-feira (26) para uma visita de três dias em Rondônia que inclui, além da capital, Ariquemes e Jaru. O objetivo do representante do governo israelense é avaliar oportunidades de relações comerciais e diplomáticas, como a compra de carne de produtores do estado.
Em entrevista à Rede Amazônica em Brasília na sexta-feira (23), Selley destacou o potencial de Rondônia para a exportação de carne, além de outros produtos.
“Eu gosto de negociar com o Brasil e chegarei em Rondônia para fazer negócio. Eu vou olhar, fazer um encontro com empresários e conhecer o mercado. Também temos interesse em castanhas, e madeira, que já estamos comprando e acredito que os dois lados ficarão satisfeitos”, declarou.
Shelley detalhou ainda sobre uma nova lei sanitária de Israel, que permite o consumo de carne resfriada em até 90 dias após o abate. A medida favorece novos acordos comerciais com o Brasil, sobretudo com estados onde, em função da posição geográfica, o produto precisaria de mais tempo para chegar ao destino final.
“Antes, o limite máximo para o consumo era de até 30 dias após o abate. Então, se a carne demorasse mais de três semanas para chegar, já não poderia mais ser comercializada em Israel. Com essa nova lei, abre-se uma oportunidade para fazer negócios”, acrescentou Yossi.
O embaixador também destacou que, embora o prazo para consumo tenha sido ampliado, as condições de abate, armazenamento e temperatura da carne adquirida em Rondônia deverão obedecer aos critérios da lei judaica, além de seguir um rigoroso sistema de controle e certificação que vai desde o produtor até o consumidor final.
“Quase 70% da carne consumida em Israel é fresca e não congelada. Já compramos carne congelada (do Brasil), mas queremos comprar carne resfriada para que possa chegar em Israel como carne fresca. Nós já compramos da Argentina, do Paraguai, e agora queremos comprar do Brasil”, reiterou.
Yossi Shelley também falou sobre um novo modelo de piscicultura adotado em Israel e que poderia vir a ser implantado pelos produtores do estado. “Em Israel, nós criamos peixes no deserto com água salobra. É um tipo de peixe com um DNA diferente, com peso máximo de dois ou três quilos, que são suficientes para atender ao mercado interno e também exportar”, explicou.
“Rondônia é um lugar que tem água, mas seria preciso adotar um tipo de peixe que não é o tradicional, como o tambaqui e o pirarucu. Há leis do Ministério do Meio Ambiente que não permitem misturar a produção de determinados tipos de peixes. Por isso, seria importante fazer uma pesquisa sobre essa viabilidade”, concluiu o embaixador.
Agenda em Rondônia
Na segunda-feira (26), o embaixador será recebido pelo governador Marcos Rocha, que deverá acompanhá-lo numa visita ao Memorial Rondon. A agenda também inclui visita a frigoríficos em Ariquemes e Jaru no dia 27 de outubro, além de um almoço com autoridades e um encontro com empresários de Porto Velho.
Já na quarta-feira (28), o governador apresentará ao embaixador a nova incubadora de empresas do governo de Rondônia, a Hub.Ro. Em seguida, o embaixador irá conhecer o trabalho realizado no Distrito Industrial de Porto Velho e no Núcleo de Operações Aéreas (NOA), quando vai sobrevoar a capital acompanhado do governador.
Após a visita ao NOA, o embaixador será homenageado pelo governo local em uma cerimônia restrita no Palácio Rio Madeira.