Em continuação à série de reportagens na qual a Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) analisa o histórico da covid-19 em Vilhena, hoje será considerada a taxa de contaminação na cidade em comparação com o Estado. Desde que a cidade atingiu 200 casos confirmados os dados mostram que Vilhena apresenta média de disseminação do novo coronavírus, proporcionalmente, maior que a média estadual. E, ainda que o percentual de aumento total esteja em queda, a quantidade de vilhenenses com o novo coronavírus que passa a doença para outros cresceu nos últimos 20 dias. Em atenção aos dados, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) promove nova rodada de alertas à população, frisando enfaticamente a necessidade dos cuidados já divulgados maciçamente há cerca de seis meses diariamente pela mídia municipal, estadual, nacional e mundial.
Dois gráficos gerados pela variação no número de novos casos permitem uma análise sobre o crescimento da pandemia no município. O primeiro considera o aumento percentual diário no número total de confirmados, desde o dia 15 de junho, quando havia 258 casos confirmados. O gráfico é normalizado pela média móvel de sete dias.
É possível perceber que Vilhena segue tendência bem semelhante de crescimento ou redução que o Estado no período. O pico de contaminação em relação aos já confirmados na cidade, até o momento, se deu na última semana de junho, quando o crescimento diário chegou a marcar 3% em 20 de junho e se elevou até 6,9%, a maior taxa registrada no período. Desde então observou uma queda significativa, até registrar o menor valor da série, em 20 de julho, com o número total de contaminados crescendo apenas 2%. Os dias seguintes já evidenciam nova alta, batendo na marca de 4,2% no dia 25, o maior valor dos últimos vinte dias, acompanhando tendência do Estado.
A média estadual de crescimento do número total de casos é menor que a de Vilhena, em praticamente todo o período, tendo ficado acima de Vilhena somente em um dia, dos 42 comparados. Também em queda, o Estado registrou seu pico de crescimento no total de contaminados, até agora, no dia 15 de junho, quando apresentou elevação de 5,1%. De lá para cá a diminuição foi evidente, até o vale gráfico do dia 19 de junho, ao registrar somente 1,2% de crescimento, seguido de alta nos últimos dias alcançou 3% em 26 de julho, o maior número dos últimos 25 dias.
O secretário municipal de Saúde de Vilhena, Afonso Emerick, demonstrou sua preocupação com a situação. “Infelizmente, apesar de toda a mídia tratar do tema quase ininterruptamente há meses, vemos muitas pessoas sem máscaras, muitas aglomerações e muito desdém às regras. A Vigilância Sanitária já fez mais de 2 mil notificações, autuações e fiscalizações. Esse sentimento de que ‘o pior já passou’ é completamente fora da realidade. Os números estão aí: apesar de, percentualmente, o total crescer menos agora, o número de internados está aumentando e o número de novos casos também. Cuidem-se. Protejam-se. Previnam-se!”, destaca o secretário.
Em rádios, televisões e veículos de comunicação em geral o secretário pretende levar informações e alertas relevantes durante esta semana para que os vilhenenses percebam a importância de seguir as recomendações da Saúde. Isso porque até mesmo cavaletes colocados para interditar áreas públicas de convivência foram quebrados ou até furtados nas últimas semanas.
O outro gráfico gerado a partir da taxa de contaminação demonstra dado que coloca Vilhena também acima da média estadual de disseminação do vírus, desta vez em relação ao número de casos ativos. Este gráfico revela quanto os casos ativos estão espalhando a doença no município. Semelhante ao primeiro, este tem a média móvel de três dias e abrange o período de 10 de junho (quando havia 214 casos confirmados) a 28 de julho. No período de 49 dias, a alta de casos confirmados foi de mais de 500%, saindo de 214 para 1.290, com média de cerca de 10% ao dia.
Formado por vários picos e vales, o gráfico 2 mostra que a cidade registrou o maior aumento médio, em relação aos casos ativos, no dia 1° de julho, quando houve elevação de 17,5%. Houve retração e novo aumento, que bateu em 4,2% uma semana depois. Deste dia em diante, o crescimento médio foi mais acelerado (12,2%) que o período anterior (8,8%). Esta última alta acompanha crescimento estadual, também já tratado no gráfico anterior.
O Estado teve média maior que Vilhena neste segundo índice em apenas seis ocasiões. A menor disseminação do coronavírus em Rondônia na comparação com os casos ativos aconteceu em 19 de julho, com o crescimento de somente 1,4%, após longa série com média de 4% a 5%, desde 15 de junho. Porém, desde o dia 19 de julho, uma forte alta elevou a taxa para 12,2%, em 23 de julho, já arrefecida neste dia 28, que registrou 3,9%.
Assim, a quantidade de pessoas que cada pessoa com covid-19 contamina em Vilhena parece ser maior do que aquela que um rondoniense médio contamina. A Saúde avalia que, considerando o fato de a cidade ser um importante polo logístico, econômico e educacional da região, a circulação de pessoas é maior que em outras cidades pequenas e fora do eixo da BR-364 no Estado. Isso significa que a falta de cuidado de alguns pode causar a contaminação de muitos e também evidencia a importância e eficácia do distanciamento social, já que cidades afastadas desse fluxo têm disseminação menor. Evitar o toque em outras pessoas, higienizar as mãos e outras medidas de segurança em Saúde nunca foram tão importantes quanto agora, que Vilhena marca há vários dias consecutivos mais de 300 casos ativos.