O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2020 será realizado no começo de 2021, e não mais em novembro deste ano. A informação foi divulgada ontem 08, por Antonio Paulo Vogel, secretário-executivo do MEC (Ministério da Educação) em entrevista coletiva, confirmando o adiamento da prova.
As provas impressas serão aplicadas nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021, enquanto a versão digital está marcada para 31 de janeiro e 7 de fevereiro. A reaplicação do Enem será nos dias 24 e 25 de fevereiro, com resultados a partir de 29 de março.
O agendamento é reflexo da pandemia do novo coronavírus e das consequentes medidas de isolamento social – que afetam não apenas a própria preparação dos alunos durante o ano letivo como também influenciariam a realização das provas nas salas de aula.
O governo também não descartou, caso necessário, um processo seletivo extraordinário do Sisu no ano que vem. O Sisu é o sistema que centraliza o acesso a instituições de ensino federais por meio do Enem. Atualmente, as inscrições com base na nota do exame acontecem duas vezes por ano.
Alexandre Lopes, presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), afirmou que o instituto já definiu os procedimentos sanitários para dias do exame. “Já estamos adotando as medidas necessárias para garantir a segurança sanitária durante a aplicação da prova. Medidas relativas ao uso de álcool em gel, máscaras e quantidade de alunos nas salas de aplicação”, afirmou.
O instituto pediu ao Ministério da Economia suplementação de R$ 70 milhões do orçamento para a realização do Enem 2020. Os recursos reforçariam custos extra, devido à maior quantidade de inscritos neste ano e à necessidade de alugar mais salas para os exames para cumprir distanciamento entre os alunos.
“Não é nenhuma preocupação a disponibilização dos recursos orçamentários, seja no âmbito do MEC, do Inep ou do Ministério da Economia. Não existe risco de aplicação do Enem 2020 decorrente de limitações orçamentárias”, afirmou Lopes. O Inep, argumentou, pode se adaptar às restrições de verba.
Discussão sobre datas
Na coletiva, os representantes do Ministério da Educação afirmaram que a definição das datas considerou não só os resultados de uma enquete entre estudantes, mas a opinião de secretários estaduais e dirigentes de instituições de ensino superior públicas e privadas.
A discussão ganhou força nos últimos meses. Em maio, o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, admitiu a possibilidade de adiar a realização do exame. A pressão chegou ao Congresso Nacional, que aprovou o adiamento em projeto no Senado.
Antecipando-se à votação na Câmara dos Deputados, Weintraub anunciou uma votação entre os alunos para a definição do calendário e admitiu a possibilidade de remarcar a avaliação para uma nova data, “de 30 a 60 dias” depois da data originalmente prevista. dio
Ainda em maio, as inscrições foram prorrogadas — o prazo final, então no dia 22, foi jogado para o dia 27. O ministro, porém, se mostrou satisfeito com o volume de inscrições feitas dentro do prazo original.
“Praticamente todo mundo que ia se inscrever já se inscreveu (…), nem precisava ter adiado”, afirmou Weintraub no dia 25 daquele mês. No fim, 5.783.357 inscrições foram feitas.
O resultado da enquete sobre a nova data do Enem foi divulgado no início deste mês. A votação reuniu 1.113.350 de votos:
553.033 (49,7%) optaram pela prova em maio de 2021
392.902 (35,3%) votaram pela prova em janeiro 2021
167.415 (15%) optaram pela prova em dezembro de 2020
A enquete oferecia três opções de datas para as provas, tanto impressas quanto digitais:
Enem impresso: 6 e 13 de dezembro de 2020 / Enem Digital: 10 e 17 de janeiro de 2021
Enem impresso: 10 e 17 de janeiro de 2021 / Enem Digital: 24 e 31 de janeiro de 2021
Enem impresso: 2 e 9 de maio de 2021 / Enem Digital: 16 e 23 de maio de 2021