Quando o comércio de Vilhena precisou fechar as portas, a empresa teve uma queda de 70% nas vendas
Com o distanciamento social devido à pandemia que o mundo vem enfrentando, cresceu a demanda por leituras, tanto para os livros físicos quanto e-books. Em Vilhena, a reportagem do site Folha de Vilhena entrevistou os empresários Victor Schiller e Marinara Kemily, proprietários da Livraria Café & Letras, para entender como eles estão se adaptando após uma brusca queda nas vendas no início da quarentena quando o comércio precisou fechar as portas.
“No primeiro mês, quando fechou todo o comércio nós tivemos uma queda bem grande de vendas. Não estávamos preparados para atender, tivemos que nos adaptar e trabalhar com entregas e como muitas pessoas não sabiam, houve uma redução de 70% nas vendas”, disse Victor.
Ele também conta que após liberarem a abertura dos comércios, as vendas permaneceram fracas e que somente neste último mês de junho que a loja começou a faturar novamente. Para tentar recuperar os lucros, os empresários passaram a investir mais nas redes sociais, em busca de incentivar a leitura e garantir suas vendas.
Hoje com a loja aberta, eles continuam com as vendas pela internet e realizando entregas.
“Algumas pessoas ainda sentem medo, receio de sair de casa então cobramos uma taxa mínima e entregamos em qualquer local da cidade”.
O empresário também destaca que os livros físicos concorrem muito com a internet, então a loja optou por não realizar acréscimos nos valores dos livros uma vez que todos são comercializados por preço de capa. “Tentamos manter um preço de capa, facilitando para que o cliente consiga adquirir o produto que ele deseja aqui na loja, assim ele pagaria o mesmo valor da internet, porém sem o frete”, conta.
Questionado sobre um dos obstáculos, Victor fala sobre a dificuldade de se ter os livros mais pedidos “com essa função de pandemia, tivemos impasses no momento de encomendar os livros, pensando no tempo de chegada, transportadoras, além da incerteza se a loja permaneceria aberta ou não”.
A livraria fica localizada na Galeria Mirage, no Centro da cidade, e antes trabalhavam com eventos, ações voltadas para crianças e outras opções para incentivar a leitura e estimular as vendas. “Nós assumimos a direção da loja no mês de fevereiro estava indo tudo bem, mas em março chegou a pandemia e tivemos que fechar a loja. Agora vamos tentando nos adaptar e torcendo para que tudo se ajeite” relata Victor.
Sobre os livros mais procurados, o empresário conta que a demanda ficou nos livros infantis “nós vendemos livros de todas as áreas, mas percebi que os mais procurados foram os livros para crianças. Os pais chegam e pedem algo para colorir, rabiscar no intuito de entreter às crianças que também tiveram que se adaptar às novas rotinas em casa”.
Marinara que também é sócia-proprietária da livraria revela que nos últimos meses muitas pessoas entram à loja e pedem indicações. “Algumas pessoas chegam e revelam que não tinham o hábito de ler, mas por estarem mais tempo em casa, sem aula e sem poder sair eles pedem sugestões e mostram interesse nessa mudança de hábito”.
Victor reforça que o comércio local vem sofrendo muito, principalmente no período que fechou tudo. “Logo no início zerou completamente. Até as vendas por telefone estava difícil porque muitos tinham medo de ficar sem emprego, estava tudo incerto, então se criou certa insegurança e a população passou a evitar gastos até por medo”.
A loja trabalha com vários seguimentos, livros para todas as idades, material acadêmico, política, religião. E também conta com espaço para leitura no local, desde que não ultrapasse o número de pessoas dentro da loja conforme determinado pela LEI.
Marinara também lembra ao leitor que é proibida a entrada no estabelecimento sem máscaras e que os pais evitem levar as crianças pequenas até que tudo se ajeite.
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