Nesta segunda-feira, 25, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a suspensão dos testes clínicos com hidroxicloroquina no tratamento contra o coronavírus. A decisão foi motivada por preocupações em relação à segurança do medicamento após um grande estudo publicado na revista The Lancet associar a substância ao aumento de mortes por problemas cardíacos, como arritmia.
“O Grupo Executivo implementou uma pausa temporária do braço da hidroxicloroquina no Estudo Solidariedade, enquanto os dados de segurança são revisados pelo Conselho de Monitoramento de Segurança de Dados. […] Essa preocupação está relacionada ao uso de hidroxicloroquina e cloroquina contra a Covid-19. Desejo reiterar que esses medicamentos são geralmente considerados seguros para uso em pacientes com doenças autoimunes ou malária”, disse Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 25.
A pesquisa, realizada pela Universidade Harvard com 96.032 pacientes internados por causa da Covid-19 em seis continentes entre dezembro de 2019 e abril deste ano mostrou que o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus não traz nenhum benefício. Além disso, o tratamento está associado ao aumento do risco de arritmias cardíacas e de levar os pacientes a óbito.
Estudo Solidariedade
Em março, a OMS anunciou o início do estudo Solidariedade que avalia a eficácia de alguns tratamentos contra a Covid-19. Entre os compostos analisados estavam a cloroquina e a hidroxicloroquina, os antirretrovirais ritonavir e lopinavir, a combinação de antivirais com o interferon beta e o remdesivir. De acordo com a entidade, o estudo com os demais compostos seguirá normalmente.
Segundo Ghebreyesus, a “revisão considerará os dados coletados até o momento no Estudo Solidariedade e, em particular, dados robustos disponíveis aleatoriamente, para avaliar adequadamente os possíveis benefícios e malefícios desse medicamento [cloroquina e hidroxicloroquina]”.