Mesmo tendo “um dos seus” à frente do Estado, a categoria diz que tenta discutir reajustes salariais com o governo desde o ano passado, mas não obteve sucesso nem sequer na abertura de uma mesa de negociação, diz reportagem da Folha de São Paulo publicada nesse sábado.
Reportagem da Folha de São Paulo publicada nesse sábado (29) informa que “estados governados por aliados do presidente Jair Bolsonaro, eleito para o Planalto com forte apoio de PMs, não estão imunes ao elevado nível de tensionamento nos quartéis brasileiros, que ficou mais visível após o motim no Ceará, que se desenrola nas últimas semanas”.
Segundo a reportagem, “em Rondônia, o estado governado pelo coronel da reserva da Polícia Militar Marcos Rocha, do PSL, existe a perspectiva de uma operação padrão – realização de serviços seguindo os procedimentos operacionais com rigor excessivo- a partir de abril”.
“Há uma escalada no nível de tensão. Os policiais prometeram não sair às ruas, por exemplo, caso a viatura esteja com documento vencido ou o colete à prova de balas esteja fora da validade”, diz a Folha.
Mesmo tendo “um dos seus” à frente do Estado, a categoria diz que tenta discutir reajustes salariais com o governo desde o ano passado, mas não obteve sucesso nem sequer na abertura de uma mesa de negociação.
“Quem vive de promessa é santo. Há mais de um ano que tentamos negociar, mas o governo só vem com balela, papo furado”, afirma Jesuíno Boabaid, presidente da Assfapom, associação que representa os praças da polícia e dos bombeiros de Rondônia.
Boabaid, que liderou um motim de policiais em 2011, diz que uma possível paralisação não está descartada pela categoria.
Segundo ele, há um ressentimento de parte da categoria com Bolsonaro, que apoiou a aprovação de benefícios para as Forças Armadas: “Os militares tiveram várias regalias e nós só tivemos prejuízos”.