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Dia da Mulher: uma Vilhena conquistada pela independência e força feminina


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Quem anda despreocupadamente pelas ruas e avenidas de Vilhena, mal pode saber as histórias de luta e conquista alcançadas por mulheres da região. Histórias que se cruzam, de figuras que partiram do pouco e hoje são empresárias, artesãs e personalidades de influência local. Nesse 08 de março, Dia Internacional da Mulher, o Folha de Vilhena buscou conhecer um pouco sobre essas histórias e apresentá-las como símbolo de inspiração e força local.

Hurby Santos, 50 anos (Foto: Herbert Weil/Divulgação)

Desempenhando um papel de assistência e luta para a conquista das artesãs de Vilhena, está Hurby Santos (50 anos). Nascida e criada no seio do artesanato, foi nele que a vilhenense conheceu o poder dos laços amarrados a partir dessa atividade. Trabalhando na Fundação Cultural, Hurby descobriu que ajudar outras mulheres a vencer seus desafios é possível e inspirador.

“Eu sempre tive o artesanato na minha casa, sempre pratiquei. Mas há quatorze anos comecei a atuar mais forte na profissão, porque meu marido ficou desempregado. E eu precisava ajudar dentro de casa, porque o dinheiro uma hora acaba, não é?”, ela comentou em entrevista. Com o companheiro fazendo faculdade, Hurby resolveu bordar e pintar fraldas que passou a expor na feira livre, para ajudar no sustento familiar.

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Jully Verona, 19 anos (Foto: Divulgação)

Também foi procurando uma forma de renda que a história de Jully Verona surge. Com apenas dezessete anos, a adolescente se mudou de Porto Velho para Vilhena, onde começou a trabalhar em uma empresa. No entanto, pouco tempo depois ficou desempregada e precisou encontrar uma maneira de sustento para ajudar em casa.

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Foi então que decidiu fazer salgados sob encomenda. Por ter trabalhado em padarias, ela já tinha algum contato com a área e resolveu testar. “Eu não tinha muita noção, então minha mãe ficava me ajudando quando podia. E decidi postar em redes sociais que estava vendendo salgados por encomenda, mas não enxerguei como um negócio e sim como um ‘quebra-galho’ no começo”, narrou Jully.

Jamille Batista, 28 anos (Foto: Divulgação)

Assim como ela, Jamille Batista (28 anos), se lançou no mercado do empreendedorismo, apesar de todos os desafios. Atuando na área de marketing digital, Jamille coleciona uma caminhada extensa no campo da comunicação. Depois de muitos ‘perrengues’, a vilhenense descobriu que se reinventar no marketing poderia ser a chance para dar a volta por cima.

“Hoje vou construindo meu público, encontrando pessoas que validam que o que faço é bom… e meu negócio vai crescendo aos poucos. Tem que ter muita paciência. Quando minha carreira como assessora terminou, eu pensei que estava tudo acabado. E no marketing tive que me reinventar, me posicionar”, ela relatou.

RESISTIR PARA PROGREDIR

Na área de marketing digital, Jamille atua com Copywriting e Social Media, uma função que pretende inovar o mercado de divulgação e criação de conteúdo para empresas se lançarem na internet. A profissional pensa em uma estratégia de comunicação, para melhorar o desempenho de crescimento empresarial.

“Não é a profissão da minha vida: eu entendo que a profissão da minha vida é trabalhar com a comunicação estratégica – assessorando. Mas foi o que me deu retorno financeiro.” Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Rondônia, Jamille trabalhou como assessora política e acabou perdendo seu emprego, momento descrito por ela como o ponto decisivo para que pudesse se entender e recomeçar de novo.

Enquanto trabalhava na área de comunicação, ela passou por situações de preconceito racial e discriminação. “Por ser um cargo de evidência, tanto eu quanto colegas passamos por preconceito. Por pessoas chegarem e falarem ‘nossa, mas é você mesma a assessora da Prefeita?’. Quando nós andávamos pelos locais, era perceptível nos olhares das pessoas… uma situação bem desagradável”.

(Foto: Divulgação)

Já dentro da área em que atua hoje, ela descreve como uma das principais dificuldades o posicionamento. Para conseguir evoluir dentro do ramo, é necessário estar posicionado e apto a desenvolver seu projeto. Tendo como exemplo a mãe, que atua há mais de 10 anos como vendedora, Jamille se espelha na capacidade de posicionamento da genitora em conquistar seu público.

Além do posicionamento, também há a representatividade. Cerca de 70% dos profissionais em marketing são homens, segundo dados apontados por uma pesquisa do Digital Marketing Institute, em 2019. Para Jamille, essa realidade não está muito distante: “principalmente em Vilhena, a representatividade feminina dentro do marketing digital é baixíssima. Há sim uma dificuldade em ser mulher e desempenhar uma função que majoritariamente é feita por homens. A desigualdade de gênero existe, e em qualquer lugar”.

“Eu fico pensando: dia 08 é o Dia Internacional da Mulher, mas que dia é esse que estamos vivendo? Muitas mulheres estão sendo assassinadas, apanham de seus companheiros, sofrem diversos tipos de preconceito. Ela tem que fazer de tudo, cuidar da casa e ainda conquistar esse mercado de trabalho e manter sua rotina doméstica, enquanto o homem só tem que acordar e ir trabalhar”

ARTESANATO É AMOR

Depois de ir embora de Vilhena por motivos pessoais, Hurby voltou à cidade e se juntou a um grupo de artesãos. E durante uma tarde onde iria expor sozinha em uma tenda, ela decidiu que aquele era o momento de chamar outras mulheres para participar da realização.

“O artesão hoje tem uma profissão regulamentada. Ele tem a carteira do artesão, e tem seus direitos. Eu fiz essa carteira, e aquilo me despertou uma coisa de ‘porque só eu? Eu tenho que passar isso para outras pessoas’, e resolvi ir na casa de muita gente batendo de porta em porta e convidar para fazer a Feira de Artesanato”.

Assim foram surgindo as primeiras Feiras de Artesanato de Vilhena, com pouco mais de dez artesãos. Com o passar do tempo, e o crescimento da família de artesanato, as reuniões chegavam a contar com mais de 40 expositores. Hoje, são mais de 200 artesãos na cidade. A comunidade está tão grande que os participantes estão abrindo a Associação Amigos da Arte.

(Foto: Herbert Weil/Divulgação)

“Hoje tem artesãs, que o marido teve problema de saúde, e elas sustentaram a casa dignamente com dinheiro de artesanato. Eu mesma pagava água, luz, ainda vestia meus filhos com essa renda. Infelizmente nós ainda temos que lidar muito com o preconceito sim, porque tem muita gente talentosa que não vai para a Feira e não faz artesanato, porque a vizinha acha que você está passando fome por ser artesão. E na verdade, não é assim”.

Além do preconceito, outro desafio do artesanato na cidade é o preço de custo para os insumos de produção. Como a própria Hurby comenta, vender peças e manda-las por Correios a outras localidades acaba tornando o valor do artesanato muito alto. Junta-se a isso a falta de valorização do cenário.

Embora a profissão de artesanato ainda seja um assunto delicado, Hurby se orgulha em contar as conquistas femininas na área. A participação da mulher no mercado de trabalho, a partir desse crescimento da artesã vilhenense, é analisada por ela como um ponto forte. “Hoje nós não somos coadjuvantes. Somos mulheres que estão lado a lado, lutando e conquistando sua independência financeira e emocional. As mulheres artesãs estão vencendo a violência psicológica e física, a depressão, a dependência financeira. E isso é incrível e gratificante”.

A FORÇA DA EMPREENDEDORA VILHENENSE

Após começar a conquistar seu público, Jully Verona passou a fazer combos para vender, além dos salgadinhos por encomenda. “Antes eu não usava nenhum nome, porque realmente era apenas um projeto rápido… e na verdade é bem engraçado como surgiu o nome Salty Verona”, ela descreveu.

Segundo a jovem de 19 anos, ela não queria nada envolvendo seu nome e que fosse óbvio. Isso porque, como Jully não tinha muita experiência com doces e salgados, teve medo de que as pessoas associassem a imagem dela à produção das guloseimas (caso saíssem com uma característica não muito agradável). Por isso, decidiu pesquisar na internet e descobriu a tradução salgado para Salty, adicionou seu sobrenome e criou a marca.

(Foto: Divulgação)

Hoje, a página da empresa tem mais de 6 mil seguidores no Instagram. “Eu comecei com a cara e a coragem. Como não tinha nada a perder, não investi em nada, não tinha um centavo no bolso – só a força de vontade, um pacote de trigo, óleo e uma panela, eu não me preocupei muito”. Fazendo os salgados e doces em sua própria casa, ela contou que por muitas vezes entregava os produtos de bicicleta para os clientes.

“Até hoje eu quem confeito e recheio meus bolos. Acho que só eu consigo fazer da forma que quero e da forma com que conquistei meus clientes. Além disso, os doces também ficam sob minha supervisão”. Jully disse não se arrepender de, no começo, virar a noite fazendo bolos para datas comemorativas e ocasiões especiais.

Em agosto de 2019, com o crescimento de seu negócio, ela abriu uma loja fixa. Apesar de não estar em seus planos, Jully resolveu entrar de cabeça na ideia de montar a loja Salty Verona, e com dois meses o espaço está oficialmente aberto para a população vilhenense.

A empreendedora confessou que não há uma vida pessoal realmente separada da vida empresarial. Mesmo com a correria, ela pensa ser necessário esse momento, para que o negócio cresça e prospere até ao ponto em que Jully possa voltar-se um pouco mais para sua vida pessoal.

“Graças a Deus eu tenho pessoas ao meu redor que entendem. Trabalham comigo meus amigos, então não parece que eu estou sempre trabalhando. Meu namorado também é empreendedor e me apoia. Tudo se encaixa na minha vida, empresarial e pessoal”.

Enquanto empreendedora, ela narrou como seu principal desafio na área a sua idade. Muitas vezes, como Jully relata, os clientes parecem duvidar de sua capacidade enquanto dona da empresa por sua pouca idade. “As pessoas não me associam à Salty Verona. Se as pessoas fossem encomendar bolos, olhando para quem os faz, provavelmente eu perderia muitos clientes”.

Mesmo assim, Salty Verona vem sendo um sucesso de crescimento. Com bolos, doces, salgadinhos e afins, a empresa está conquistando corações e paladar dos vilhenenses.

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