A equipe ELEV3ER, formada por alunos do colégio SESI de Vilhena, se sagrou campeã da etapa regional Norte do Torneio SESI de Robótica First Lego League (FLL), encerrado no último sábado, 8, realizado em Manaus. A conquista garantiu à equipe vaga para a etapa nacional, que acontece de 6 a 8 de março, em São Paulo. Vinte e cinco equipes de alunos de escolas públicas e particulares de Rondônia, Amazonas, Acre e Roraima participaram dessa temporada.
Com participação de 300 jovens, de nove a 16 anos, a etapa regional Norte do Torneio motivou os participantes a trazer soluções para problemas ligados a melhorias da mobilidade urbana, energia sustentável, limpeza dos rios, coleta de lixo, redução do consumo energético e revitalização de espaços públicos.
Formada por seis alunos do SESI de Vilhena, a equipe foi agraciada também, nesta etapa regional, com o prêmio especial ‘Campeão do Desafio do Robô’, pelo desempenho nas competições da mesa de robótica. A ELEV3ER propôs um sistema de orientação para autistas em praças públicas que contempla três aspectos: faixas coloridas no chão, uma placa de orientação e um aplicativo e QR Code.
A ELEV3ER já foi vice-campeã na Into Orbit (Em Órbita) 2018/2019, do Torneio SESI de Robótica, etapa regional Norte, e finalista no Festival Nacional que a classificou para o torneio internacional em West Virginia, nos Estados Unidos.
O vice-presidente de Assuntos Legislativos da FIERO e secretário de Indústria e Comércio de Vilhena, Marcondes Cerrutti, que acompanha de perto e tem participado ativamente das ações do colégio SESI de Vilhena, congratulou a equipe por mais uma vitória, ao idealizar um projeto voltado à melhoria da qualidade de vida e de acessibilidade às pessoas com autismo através da tecnologia inovadora da robótica.
Cerrutti destacou não apenas a performance da equipe, mas o roteiro cultural idealizado pelos docentes durante a passagem por Manaus. “Eles conheceram a famosa Árvore Samaúma, visitaram o lago Janauary, a Vila do Catalão, se maravilharam com o espetáculo do encontro das águas do rio Negro com o Solimões, tiveram contato com uma tribo indígena, dentre outras atividades. Certamente valeu a pena”, falou.
O gerente da unidade SESI de Vilhena, Silvio Leite parabenizou as duas equipes de Robótica que representaram a escola e Rondônia no torneio. “Representaram muito bem nosso estado e agora estamos rumo a mais uma etapa nacional. ELEV3ER, novamente campeã regional e Adsumos, equipe também do SESI Vilhena, a estreante nos torneios, foi com muita garra e nos trouxe o terceiro lugar também. Isso é reflexo de uma educação de sucesso do SESI, pensando no futuro e dando uma direção de excelência para nossos alunos, focada nas profissões do futuro”, afirmou. Leite também parabenizou os professores Silvio Luiz, Cezne Lorines, técnicos, respectivamente da ELEV3ER e Adsumos. Agradeceu aos pais dos alunos pela confiança e companheirismo.
A professora Lorines Cezne explicou que a robótica é didática, é ensino, é criação, é colocar em prática o que está na mente, é testar, aprender, errar e acertar, é trabalho em equipe, é ideia, respeito dedicação e ajudar. O professor Silvio Luiz lembrou a importância de os alunos guardarem os verdadeiros valores de alguém que pode mudar o futuro. “A robótica é grande aliada para que isso ocorra e assim nossos alunos estão pesquisando, aprendendo e entendendo que cidades inteligentes começam com pessoas inteligentes”, disse.
De acordo com a líder da equipe, Lívia Vieira, 15, a ideia visa atender diferentes níveis de autistas para auxiliá-los na acessibilidade. “Atualmente não se tem conhecimento na população para a acessibilidade dos autistas. Identificamos que, na nossa cidade, aproximadamente 1.125 autistas não possuem nenhum ambiente de lazer adaptado, como praças, por exemplo, e com isso não há segurança. A criança não sabe se orientar no espaço porque é muita informação”, explicou.
Lívia ressaltou ainda que os autistas, por possuírem diferentes níveis, são contemplados em três aspectos do projeto. “Os autistas identificam tudo que está a nossa volta de forma diferente. Então, através de pesquisas feitas com o auxílio de uma terapeuta educacional, vimos que os autistas podem identificar de forma visual e auditiva ou, às vezes, as duas juntas. Então, para haver maior alcance, utilizamos as faixas coloridas que levam a pontos específicos da praça (para os visuais), QR Code para orientar, de forma visual e auditiva, na placa de entrada do local”, relatou.