Duas pessoas foram indiciadas pela participação na morte do caminhoneiro Emerson Mattes (44 anos), assassinado a tiros em um posto de combustível no Bairro Parque Industrial. O crime aconteceu no dia 27 de janeiro, e desde então a Delegacia de Polícia Civil vem investigando o caso através da Delegacia de Homicídios de Vilhena.
Depois de conseguirem identificar o veículo usado no dia do crime, o Delegado Núbio Lopes e sua equipe conseguiram chegar a um empresário vilhenense. O novo nome se tratava de um comerciante de veículos que, para aproveitar o tempo dos carros que estavam parados, alugava-os.
Com ele, a investigação ganhou novos contornos ao descobrir que o veículo Gol preto havia sido alugado pelo comerciante para um casal. A dúvida, entretanto, era sobre o tempo de uso do carro. Apesar de terem pago uma diária, os envolvidos devolveram o Gol no mesmo dia por volta das 21h00min da segunda-feira (27 de janeiro).
AS COINCIDÊNCIAS
O caso ficou ainda mais complexo quando os investigadores descobriram que Emerson já tinha se envolvido com o casal. A vítima estava processando um dos suspeitos na Justiça do Trabalho, cuja audiência para o pagamento de uma indenização em um valor estimado de quase R$ 40.000,00.
A audiência seria no dia posterior ao homicídio, na terça-feira (28). Mas, esse não foi a única coincidência envolvendo o casal, segundo o Delegado Núbio Lopes. Depois de um mandado de busca e apreensão, os investigadores descobriram que as câmeras de segurança da casa usada pelos suspeitos para trabalho e moradia funcionaram perfeitamente em todas as datas, exceto a segunda-feira (27).
ONDE TUDO COMEÇOU?
Após tantas evidências, um fato chegou ao conhecimento dos investigadores. O principal acontecimento, apontado como sendo o possível motivo que matou o caminhoneiro Emerson, teria sido uma tentativa de fraude no seguro de um veículo.
Um suposto acidente envolvendo dois caminhões, teria resultado em uma ocorrência policial. Assim que pegou o boletim, a patroa ligou para a seguradora e solicitou receber o seguro de seu caminhão para que pudesse pagar os danos causados ao outro veículo.
No entanto, pouco depois um dos motoristas envolvidos na tal ocorrência foi até a Delegacia e afirmou que o acidente foi uma fraude. O caminhoneiro, Emerson Mattes, contou à polícia que os caminhões nunca chegaram a colidir de verdade e que ele havia sido coagido a dar um falso relato para não ser mandado embora.
Apesar de ter concordado em participar da ‘falcatrua’, o funcionário foi demitido mesmo assim. E ainda acabou recebendo ‘má-fama’ no mercado de trabalho, o que fez com que não conseguisse mais encontrar serviço. Por isso, ele resolveu processar o casal.
“O caminhão vermelho antes do acidente já tinha sido conduzido pela vítima. E para quem o caminhoneiro trabalhava? Para o casal. Como se não bastasse, fomos atrás dos antigos donos, que confirmaram a venda do veículo para os indiciados”, relatou Núbio Lopes.
ATIRADOR AINDA NÃO IDENTIFICADO
Depois de tantas evidências levantadas contra o casal, a Polícia Civil decidiu por pedir a prisão preventiva e indiciar os dois. O caso deverá ser encaminhado para o Ministério Público, para que os envolvidos sejam devidamente julgados.
Núbio Lopes também confirmou que o atirador ainda não foi identificado, nem o motorista que conduzia o Gol Preto no dia do homicídio.