Willians Maciel Dias foi condenado pela Justiça de Vilhena (RO), no Cone Sul, a 17 anos de prisão em regime inicial fechado pelo homicídio do caminhoneiro José Batistela. O julgamento foi realizado nesta quinta-feira (5) no Fórum Leal Fagundes.
A sessão foi comandada pela juíza Liliane Pegoraro Bilharva e teve a participação de cinco homens e duas mulheres no corpo do júri.
O julgamento teve início por volta das 9h desta quinta. As quatro testemunhas que estavam previstas para serem apresentadas pela defesa foram dispensadas.
Em depoimento, Willians assumiu que jogou a pedra que matou José Batistela, quando passava de carro pelo local com a esposa e a filha, mas disse que não tinha intenção de matar o homem.
A promotoria apresentou o caso como homicídio doloso, alegando que o réu havia assumido o risco de matar quando arremessou a pedra contra o caminhão da vítima. No entanto, a defesa sustentou a tese de que o homicídio foi culposo, pois o réu não tinha a intenção de matar o caminhoneiro.
Após cerca de sete horas de julgamento, o júri decidiu pela condenação de Willians Maciel por homicídio doloso, com meio que impediu a defesa da vítima. A pena ficou fixada em 17 anos, mas Willians vai poder recorrer da sentença em liberdade.
O advogado de defesa, José Francisco Cândido, informou que vai decorrer da decisão. “O próximo passo é recurso. A defesa jamais vai se conformar com uma decisão totalmente fora do contexto. A defesa respeita a vontade da maioria dos jurados, mas é um direito do acusado de recorrer e nós vamos recorrer com certeza”, disse o advogado.
Homicídio na greve dos caminhoneiros
O caminhoneiro José Batistela, de 70 anos, foi morto no dia 30 de maio de 2018, próximo a um ponto de manifestação na BR-364. O caminhoneiro carregava madeira e, quando decidiu seguir viagem, foi atingido na cabeça por uma pedra.
Segundo a Polícia Civil, a pedra foi arremessada de baixo para cima por Willians. Ele se entregou no dia 7 de junho e confessou o ataque, mas disse não ter intenção de matar o caminhoneiro. Conforme as investigações, Willians também é caminhoneiro e estava insatisfeito com o fim da greve da categoria.
No ano passado, a defesa de Willians pediu a desclassificação do crime de homicídio doloso para homicídio culposo – quando não há a intenção de matar – e ainda requereu a exclusão da qualificadora.