Em que pese os inegáveis benefícios proporcionados à saúde pela prática desportiva, é de espantar o histórico desprezo com o qual o poder público de Vilhena trata essa temática. O único espaço público reservado para o desporto na cidade é o fiel retrato de tamanho desmanzelo: a avenida Tancredo Neves, no quarteirão compreendido entre a avenida Jô Sato e a Câmara Municipal.
A via de mão dupla e o seu entorno encontram-se sujos, a grama ao redor não recebe serviço de poda e a escuridão é total, o que coloca até a integridade física dos desportistas em risco.
De acordo com o servidor público, professor de educação física e empresário, Juraci Duarte, “a prática regular de atividade física, principalmente correr ou caminhar ao ar livre, é excelente. Reduz o risco de infarto, aumenta a capacidade cardiorrespiratória, previne doenças do coração, previne ou controla o diabetes promovendo a otimização da absorção da glicose pelos músculos, o que reduz o consumo de medicamentos para o controle a esse mal”.
Duarte completa: “a corrida ou caminhada previne a osteoporose, controla a pressão arterial, combate o sobrepeso e a obesidade e melhora sobremaneira a qualidade do sono. Enfim, a prática regular de atividade física melhora a qualidade de vida do praticante como um todo”.
O professor de educação física se diz espantado com o desprezo com o qual as autoridades de Vilhena tratam esse tema. “Se tivéssemos políticas públicas voltadas para a promoção da prática de atividades físicas por parte da população, isso se converteria em uma enorme economia para os cofres públicos, pois diminuiria enormemente as filas na Rede Municipal de Saúde”, destaca.
Duarte, que é agente penitenciário, lamenta o fato de as autoridades locais insistirem na promoção da saúde curativa em detrimento da saúde preventiva. “Você pode disponibilizar à sociedade um bom espaço para a prática de atividades físicas com um investimento relativamente baixo. Mas parece que é muito mais lucrativo não prevenir, e sim curar doenças, pois isso gera vultosos contratos com a indústria da saúde (farmacêutica, laboratorial, hospitalar etc)”, diz Duarte.
O educador físico cita, como exemplo, o Espaço Alternativo, em Porto Velho. “É um excelente espaço de convivio social. As pessoas se socializam e praticam atividades físicas. É um lugar densamente utilizado por moradores de todos os bairros da Capital. É o único acesso à atividades físicas para as famílias de baixa renda que não podem pagar academias”.
É notório que o espaço em frente à Câmara Municipal de Vilhena não foi criado com o propósito de ser um ponto de encontro e prática de atividades físicas pelos vilhenenses. O lugar se tornou isso pela mais completa falta de opção. Limpar o local, aparar regularmente a grama no entorno e manter a iluminação pública funcionando é o mínimo que se pode esperar do poder público. E esse mínimo não vem sendo cumprido.
Fonte: Assessoria