Foi encerrado nessa última segunda-feira (03 de junho) o inquérito policial que investigava o caso de uma suposta tentativa de homicídio em Vilhena através de uma doação de marmita que, mais tarde, provou-se ter sido feita de bom coração (relembre aqui).
O Delegado de Polícia Civil Núbio Lopes, à frente da Delegacia Especializada em Repressão de Crimes Contra a Vida (DERCCV), concedeu uma coletiva ao lado da Advogada de defesa Pamela Abdalla. Na ocasião, ficou esclarecido que não houve crime na entrega da marmita.
Durante as investigações tanto a suposta vítima Espinoza, quanto a marmita foram submetidos à perícia. Nos resultados, segundo o Delegado, ficou comprovado que não havia qualquer irregularidade. Núbio ainda relatou que o que pode ter acontecido foi um equívoco por parte do estrangeiro, podendo ter confundido sal grosso (encontrado na comida) com cacos de vidro.
“Como nós não temos elementos para afirmar que ele teve a intenção de provocar a ação da autoridade, por um crime que seria inexistente, e considerando que os grânulos de sal grosso poderiam ter induzido ele a erro, particularmente se entende que é muito temerário instaurar-se uma ação contra esse estrangeiro apenas para tentar provar que ele sabia”, esclareceu o Delegado.
Além disso, o homem que fez a acusação também estaria desaparecido desde então. A suspeita é de que ele tenha ido embora para outro país, como era sua intenção original antes de toda a confusão que o episódio causou.
Ivan da Silva Lima (41), representado por Pamela Abdalla e acusado de ter entregado a marmita com cacos de vidro é pastor, casado e pai de dois filhos. Através da advogada, ele enviou um recado para as pessoas orientando-as a não desistir de ajudar o próximo por situações como essas.
“Graças a Deus o meu cliente tem uma família estruturada, amigos, membros da igreja que conhecem ele… então nós tínhamos certeza de que essa ação não era criminosa desde o princípio. Ele me pediu para repassar esse recado, porque isso foi uma situação muito ruim pela qual ele passou, mas existem pessoas que precisam e estão realmente necessitadas. E ele pede que isso não seja um motivo para que ele pare de ajudar as outras”, comentou Pamela Abdalla.
Texto: Mizellen Amaral
Fonte: Folha de Vilhena
Foto: Folha de Vilhena