Uma noite polêmica marcou a sessão da Câmara de Vereadores de Cacoal (RO) município a 480 quilômetros de Porto Velho, na segunda-feira (29). A confusão entre os vereadores Mário Moreira Jabá (PATRI) e Rogério Chagas (MDB) aconteceu durante a suspensão na votação de um projeto de lei que autorizava a prefeitura fazer o pedido de um empréstimo de R$ 5 milhões a Caixa Econômica Federal (CEF).
Em plenário, o vereador Jabá acusou Rogério de jogar café quente nele pelas costas. Já o parlamentar Rogério afirmou que não teve a intenção e derrubou o café sem querer.
Um boletim de ocorrência, por lesão corporal, foi registrado por Jabá na Delegacia de Polícia Civil (DPC) local contra o vereador Rogério. No final de tudo, o projeto foi aprovado. Jabá garante que pedirá a anulação da votação.
Um dos vídeos que circulam nas redes sociais mostra o vereador Jabá alterado e o vereador Rogério falando alguns xingamentos. Jabá também mostrou a cópia do registro de ocorrência e a camisa suja de café.
A briga começou no momento em que o projeto de lei, que autorizava a prefeita a pedir R$ 5 milhões emprestados para a CEF foi inserido na ordem do dia para votação. O valor será usado para a compra de insumos e contratação de pessoal para recuperação do asfalto nas ruas de Cacoal.
Como alguns vereadores não concordaram com a inclusão, foi pedido cinco minutos de suspensão. Quando os legisladores foram para um mini auditório debater a legalidade dessa inclusão, houve o desentendimento entre os vereadores Jabá e Rogério.
“Quiseram atravessar um requerimento de urgência na ordem do dia. Lá atrás, quando confirmei com os procuradores que não havia legalidade nisso, o vereador Rogerinho disse que o regimento da câmara não valia nada. Eu falei para respeitar o regimento e quando virei as costas, ele jogou café quente em mim, atingindo meu pescoço, camisa e outros vereadores”, contou Jabá.
Favorável ao projeto, o vereador Rogério afirmou que toda a situação aconteceu, pois o companheiro de trabalho queria tumultuar a sessão, pedindo a anulação da votação do projeto de lei.
“Toda vez que tem um projeto esse vereador faz essa algazarra, essa baderna. Eu me senti ofendido, pois ele colocou palavras na minha boca e saiu gritando, se fazendo de coitado. Na hora dos ânimos alterados eu esbarrei e acabei jogando o café sem querer, mas não fujo disso não”, disse o vereador Rogério.
O presidente da câmara Valdomiro Corá (PV) disse que a atitude entre os vereadores é cabível a quebra de decoro parlamentar, ou seja, não está de acordo com a conduta esperada dentro do regimento interno, o que pode gerar a perca do mandato. Corá afirma que esse pedido cabe aos vereadores envolvidos no caso.
“Eu vou ficar como presidente, os dois vereadores caso tenham se sentido ofendidos, que entrem com o pedido de quebra de decoro parlamentar, isso não cabe a mim”, disse Corá.
Apesar de toda confusão, o presidente deu continuidade a votação do projeto de lei e garantiu que foi aprovado. Segundo a assessoria de comunicação da Câmara, até o final da manhã a assessoria jurídica ainda não havia decidido sobre a validade ou não da votação.
Fonte: G1/RO