Na tarde de ontem, terça-feira, 02, de abril, dia Mundial de Conscientização do Autismo, centenas de pessoas participaram de uma caminhada pela conscientização sobre o Autismo. A jornada teve início no cruzamento da Avenida Major Amarantes com a Marques Henrique, em Vilhena, e finalizou na Praça Ângelo Spadari.
O grupo composto por adultos e crianças, usava camisetas azuis e levava nas mãos faixas e balões da mesma cor. Segundo a organização do ato, a caminhada também tem por finalidade debater o Autismo e mostrar para a sociedade a realidade de cerca de 2 milhões de famílias em todo o Brasil.
De acordo uma das organizadoras, “esta é a primeira caminhada na cidade, e o objetivo é informar à população sobre o que é o Autismo e suas características”, diz Rosania, gerente de educação especial, da Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Segundo pesquisas o Autismo é um problema psiquiátrico que costuma ser identificado na infância, entre a idade de 1 ano e meio a 3 anos, embora os sinais iniciais às vezes apareçam já nos primeiros meses de vida. O distúrbio afeta a comunicação, interação social e capacidade de aprendizado e adaptação da criança. Os transtornos do espectro autista podem afetar todo o organismo e por isso serem confundidos com outros problemas isolados.
A reportagem do FOLHA conversou com pessoas que convivem com este problema na família. Moradora de Vilhena há mais de dois anos, Marcely Nicnhio é mãe de dois filhos que sofrem o problema Espectro do Autismo.
A entrevistada afirmou que desde a infância de seus filhos ela observava um entranhes no relacionamento diário da criança. Um dos casos que aparentava serem problemas de audição, e a falta de socialização com outras crianças. “Desesperada comecei procurar a medicina, e médicos não descobria nada sobre meus filhos. Só tive a confirmação que meus dois filhos sofre o problema do Autismo, quando sai de Rondônia, em busca de uma solução, e após acompanhamento, Psicólogo e Psiquiátrico eles confirmaram o desequilíbrio”, disse ela.
Karina Andrade é fundadora do grupo de mães “Autismo Vilhena”, ela é mãe de dois filhos com problemas do Autismo. Segundo ela, esta caminhada é para sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre os direitos, as necessidades e as potencialidades das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Segundo a entrevistada no município ainda não existe políticas públicas voltadas para autista. E existem muitos pais e mães distantes dos convívios de tratamento medicinal, sem diagnóstico precoce. “aqui não existe uma política pública voltada para este problema. Os comércios, as escolas a saúde o lazer a cultura, precisam se preparar para receber esse público autista. Eles são capazes de viver em sociedade, e sem o aparato da população fica difícil para eles se socializarem”, afirmou ela.
O dia Internacional de Conscientização do Autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 18 de Dezembro de 2007, com o intuito de alertar as sociedades e governantes sobre o problema psiquiátrico que é o autismo, e ajudar a derrubar preconceitos e esclarecer a todos, que o autismo não é uma doença.
Texto: Elilson Fabiano
Foto: Elilson Fabiano
Fonte: Folha de Vilhena