Casal vilhenense sofre ataques por cachorro Pitbull. Adestrador alerta sobre a educação e cuidados que devem ter com o animal para evitar ataques
Na noite de quarta feira, 24, um cachorro da raça Pitbull precisou ser abatido pela Polícia Militar após atacar os próprios donos. O caso aconteceu no bairro, Cohab, em Vilhena.
Conforme informações, após ser mordido pelo animal, o casal conseguiu escapar e se trancaram dentro de casa até a chegada da Polícia Militar.
A reportagem do FOLHA, procurou o Diretor do Hospital Regional de Vilhena, Faiçal Akkari, para saber informações sobre as vítimas. Conforme ele, os pacientes permaneceram no Hospital para atendimentos de primeiro socorros e acompanhamentos médicos. Uma delas que apresentava lesão mais leve foi liberada após ser medicada. A outra passou a noite e permaneceu pela manhã sobre cuidado médico.
De acordo com o Diretor, o caso de ataques por este tipo de animal, vem se tornando assustador na cidade. Em menos de quatro meses já foi registrado dois casos graves deste tipo de lesão. “É preocupante essa situação, pois sabemos que existem mais casos que as pessoas nem chegam vir até hospital, alguns procuram outros meios de atendimento”, afirmou Faiçal.
O site também entrevistou o médico veterinário, Carlos Killt, que também trabalha com adestração de animais caninos há mais de 20 anos.
O Veterinário explica sobre algumas causas que levam o animal a se tornar agressivo. Segundo ele, um dos maiores erros cometidos na criação dos Pitbulls é deixar os cães apenas dentro de casa e no quintal. Ele menciona que os cachorros devem ser socializados com pessoas, e isto deve acontecer até os seis ou oito meses de idade, que é uma fase em que ele levará o aprendizado para a vida inteira. Além disso, antes de adquirir um cão da raça, também é preciso estar ciente de que eles precisam gastar energia para se preservarem dóceis.
“O Pitbull, é um cão que tem uma energia extrema, o nível de ansiedade dele é alto, eles precisam ter um gasto maior de energia, e geralmente as pessoa mantém o cão preso dentro do canil ou até mesmo no quintal, e não leva ele para andar, correr, gastar o forte acúmulo de energia que ele possui, isso faz com que ele crie comportamentos agressivos, inclusive com os donos”, certifica ele.
O especialista aponta que os cães da raça precisam de limites na educação e devem ser lembrados que eles são de grande porte. Os Pitbulls têm a maior abertura da boca entre os cães, assim eles conseguem morder sem soltar. “Eles são muito atléticos. Possuem energia que podem conseguir correr por mais de 10 km sem se cansar, e dispõem de muita força, dependendo do porte ele tem força equivalente para arrastar mais de 200 quilos”, disse o treinador.
Como se proteger?
“Se você está em vias de ser atacado, a orientação é ficar imóvel, proteger o ponto vital, que seria o pescoço, e não fazer contato visual com ele, não olhar nos olhos dele, que isso para o cão indica uma competição. Quando a pessoa está sendo atacada, a maneira mais correta de ajudá-la, é pegar o animal pela pata traseira e levantar o cão. Ele não vai conseguir morder você e vai largar a pessoa que ele está mordendo”, explica o Adestrador.
De acordo com pesquisas, os Pitbulls surgiram originalmente na Inglaterra no século XVIII, quando espetáculos de briga entre animais eram populares. Os cães lutavam com touros, quando mordiam o focinho deles e não soltavam. Eles eram criados inicialmente para rinha.
Na entrevista, o médico afirma que os animais não foram geneticamente modificados, mas a raça foi sendo aprimorada com o tempo. Pitbull não é cão de guarda”, concluiu Carlos.
Texto: Elilson Fabiano
Fonte: Folha de Vilhena