“Um lixão a céu aberto”, essa é a definição de moradores e autoridades para descrever a área particular, localizada na Linha 135, próximo ao Residencial União, em Vilhena. O local já foi limpo mais de três vezes e, mesmo assim, vira depósito de lixo e entulhos.
Um morador, que preferiu manter anonimato, explicou à reportagem do Folha, que frequentemente vê pessoas chegando ao local (a pé ou de veículos), descartando lixo doméstico, materiais de construção e móveis velhos. “As pessoas não tem consciência, isso aqui já virou um lixão a céu aberto”, relata indignado.
O denunciante conta que a situação é agravada, quando as pessoas colocam fogo no lixo que despejam na área particular. “Aquilo libera uma fumaça tóxica. Com certeza pode causar algum problema respiratório, principalmente, em idosos e crianças”, lamenta.
Para o comandante, 1° tenente Jonas Ferreira, do 1º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros (SGB) da cidade, todo tipo de fumaça produz CO2, e se for inalado em grandes quantidades, pode ser prejudicial à saúde. “Pode haver algum tipo de material lá que seja mais perigoso que o tradicional. Nós não sabemos quais são, e se é queimado, com certeza vai produzir uma fumaça tóxica que pode fazer mal a saúde”, explica.
De acordo com o diretor geral do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Maciel Wobeto, só ano passado foi tirado do local 40 toneladas de lixo, entre entulhos e móveis velhos. “Normalmente, as pessoas aproveitam a noite ou um feriado prolongado e vão lá e jogam mobílias e restos de construção, e não podem fazer isso”, frisa.
Para evitar que a poluição continue, Maciel conta que é preciso denunciar as pessoas que fazem isso. Ele destaca ainda, que a população do Residencial União, situado ao lado da área particular, tem contribuído bastante para os flagrantes.
A secretária municipal de Meio Ambiente (Semma), Marcela Almeida, afirma que ano passado seis pessoas foram autuadas por jogarem lixo na área denunciada. Ela explica também, que um projeto está sendo feito para coibir a ação de pessoas. “A gente está propondo uma ação com a secretaria de obras, porque aquela linha 135 é um problema, a gente limpa e eles jogam lixo. Queremos fazer uma fiscalização efetiva in loco e disponibilizar um servidor para ficar lá e multar quem passar e jogar lixo”, pontua.
MULTAS E DENÚNCIAS
Atualmente, quem for flagrado jogando lixo será autuado criminalmente pela polícia militar ambiental e enquadrado no Decreto Federal nº 6.514/2008, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998) e prevê multa de R$ 5 mil a R$ 50 milhões e ainda pena de 01 a 4 anos de reclusão.
Para fazer denúncias, as pessoas poderão ligar nos seguintes números de telefones: (69) 33224084 (SEMMA), (69) 3321-2129 (Polícia Militar Ambiental), ou (69) 3322-5480 (Saae de Vilhena).
DESTINAÇÃO DO LIXO
Para a reportagem do Folha, Marcela Almeida explica que existe em Vilhena locais apropriados para o descarte de materiais de construção, resíduos sólidos e orgânicos.
Para os materiais de construção, Marcela explica que o Serviço Autônomo de Água e Esgoto, tem parcerias com empresas de Disk Entulho que recolhem e reaproveitam esse tipo de resíduo. Entretanto, pontua, que não são recolhidos outros tipos materiais. “As empresas recolhem o material e levam para um local para reaproveita-lo, mas só podem ser resíduos de construção civil, eles não levam madeira, lixo doméstico e ferro”, conta.
Já para os resíduos sólidos – como o lixo doméstico – Marcela Almeida conta que o SAAE de Vilhena já realiza a coleta desse material. Ela conta que, além disso, existe também a coleta seletiva na cidade. “O SAAE faz coleta do resíduo solido como um todo, esse lixo é destinado ao nosso aterro municipal. Existe também a coleta seletiva, ela não é 100% efetiva, mas funciona. Se você separar o lixo, aquele que é reciclável, o SAAE coleta e os materiais vão para as cooperativas”, concluí a secretária.
Texto: Repórter Abel Labajos Fotos: Internauta Fonte: Folha de Vilhena