Um morador da área rural de Vilhena procurou na manhã desta sexta-feira, 15, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para saber a resposta de sua perícia realizada no dia 21 de fevereiro deste ano, em Alta floresta.
Indignado, Felipe da Silva, 63 anos, explica ao Folha que é a sétima vez que ele procura o órgão em busca do resultado do seu exame, porém, é sempre ignorado. “Há 30 dias que fiz a perícia, agora estou esperando o resultado se fui aprovado ou se fui rejeitado. É só isso que estou aguardando. Por conta disso, estou vindo aqui todos os dias”, conta.
Segundo o idoso, o maior problema é que os atendentes do INSS estão mandando as pessoas ligarem no número 135 para resolver as dificuldades, porém, nada é solucionado pelo canal de comunicação. “Eles mandam você ligar no 135, só que estou ligando e nada de resolver. O problema está aqui no INSS da cidade. Eu venho aqui para conversar com o gerente e não me deixam falar com ele, só com os atendentes”, disse.
Para Felipe, os responsáveis pelo órgão federal em Vilhena, estão fazendo as pessoas de bobos e não estão respeitando quem realmente precisa. “Eles pegaram o meu processo há 30 dias e o jogaram no canto, deixando-o para lá. Eu moro no sítio, gasto 10 reais por viagem. Estou vindo pela sétima vez só para pegar o sim ou não”, explica.
O idoso conta ainda, que só conseguiu ser atendido pelo gerente do INSS depois que a polícia compareceu ao local.
VEREADOR REIVINDICA
O vereador Rafael Mazieiro (PSDB) publicou um texto na sua página no Facebook reclamando e fazendo um apelo ao poder executivo federal a respeito da precariedade que está o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Vilhena.
O parlamentar explica no relato, que agencia do INSS da cidade já teve 19 funcionários, e hoje conta apenas com três funcionários ativos se desdobrando para fazer o máximo possível. “O gerente da Unidade estava visivelmente cansado e revoltado com a situação, tentando atender as pessoas da melhor forma possível. A servidora estava envolvida com diversos outros serviços burocráticos e o estagiário tinha que se dividir entre distribuir senhas, orientar e organizar as pessoas e as filas”, destaca.
Maziero pontua que a situação é ainda pior quando se trata de perícias. Segundo o vereador, não há médico perito concursado para fazer as perícias iniciais, que são a grande maioria dos casos de Vilhena, e não há previsão de quando terá. “A grande maioria das perícias (as iniciais) simplesmente não estão sendo feitas e 104 vilhenenses já estão agendados e serão obrigados a buscar unidades do INSS de outras cidades”.
Segundo o parlamentar, o problema só será resolvido quando o Governo Federal realizar concurso para técnicos e médicos peritos do INSS. “É espantoso descobrir que o problema chegou a este nível, mas eu fiz uma pesquisa na internet e encontrei informações de que o INSS tem hoje uma carência de mais de 17 mil servidores”.
LEIA O TEXTO NA ÍNTEGRA:
Estive na agência do INSS hoje de manhã e, sinceramente, mal consigo expressar pra vocês a minha revolta e tristeza com a humilhação e o sofrimento das pessoas que desesperadamente buscavam atendimento e benefícios previdenciários. A situação é calamitosa e minha frustração é ainda maior, pois a solução do problema depende de uma atitude urgente e séria do Poder Executivo Federal e não sabemos quando isso vai acontecer.
A situação é a seguinte: a agência do INSS de Vilhena já chegou a ter 19 funcionários. O mínimo que precisaria para funcionar seriam 6 funcionários. Porém, hoje existem somente 3 funcionários ativos se desdobrando para fazer o máximo possível: o gerente da Unidade, uma servidora e um estagiário.
O gerente da Unidade estava visivelmente cansado e revoltado com a situação, tentando atender as pessoas da melhor forma possível. Deixou de lado suas funções de gerente e tentava, a todo custo, fazer algo pelas pessoas que ali estavam. Obviamente, sozinho não era capaz de atender a todos.
A outra servidora estava envolvida com diversos outros serviços burocráticos e resposta a outros órgãos.
O estagiário tinha que se dividir entre distribuir senhas, orientar e organizar as pessoas e as filas, e, obviamente, mal conseguia cumprir tantas tarefas sozinho.
A situação é ainda pior quando se trata de perícias. De acordo com as informações que recebi do Gerente, não há médico perito concursado para fazer as perícias iniciais, que são a grande maioria dos casos de Vilhena, e não há previsão de quando teremos. Atualmente, somente as perícias de prorrogação de benefícios têm sido realizadas, pois elas podem ser feitas por um dos peritos credenciados que foram encaminhados para Vilhena. Mas a grande maioria das perícias (as iniciais) simplesmente não estão sendo feitas e 104 vilhenenses já estão agendados e serão obrigados a buscar unidades do INSS de outras cidades. E o pior é que também nessas cidades o atendimento é precário e, muitas vezes, o cidadão retorna sem ter feito a perícia.
Uma alternativa encontrada para o problema é um convênio que a Prefeitura de Vilhena fez com o INSS para que a SEMAS possa atender as pessoas e encaminhar pedidos de LOAS e BPC. A SEMAS está pronta para atender, mas ainda precisa de um scanner para fazer os protocolos e não tem esse equipamento. Se formos esperar a Prefeitura adquirir este scanner, o serviço vai atrasar meses ainda. Então, estou correndo atrás disso para que os atendimentos possam se regularizar. Talvez o próprio INSS possa ceder um scanner, já que as mesas de trabalho estão vazias e os equipamentos não estão sendo utilizados.
A minha frustração é muito grande, pois a solução para este problema só vai acontecer quando o Governo Federal fizer concurso para técnicos e médicos peritos do INSS. É espantoso descobrir que o problema chegou a este nível, mas eu fiz uma pesquisa na internet e encontrei informações de que o INSS tem hoje uma carência de mais de 17 mil servidores!
Então, não adianta fazer politicagem e dizer que o problema foi resolvido. Já foram feitas denúncias, já foram movidas ações judiciais e o Ministério Público Federal também já fez diversas denúncias, mas o problema está longe de ser resolvido e, infelizmente, a nós Vereadores só cabe reclamar e cobrar que nossa bancada federal pressione o Executivo Federal e nos ajude a conseguir médicos e técnicos. Quem sabe possam ceder ou transferir alguns servidores de outras cidades, pelo menos temporariamente. E é isso que vou continuar fazendo, pois, infelizmente, nosso povo está sofrendo há anos com essa situação e isto só piora a cada dia que passa.
Texto e foto: Redação Fv
Fonte: Folha de Vilhena