Todo ano no mundo, cerca de 1,2 milhões de pessoas morrem em acidentes de trânsito, enquanto outras 50 milhões ficam feridas. Pelo menos 37.306 mortes foram registradas pelo Ministério da Saúde em 2015. Dois anos depois (2017), o Brasil ainda estava entre os cinco que mais matavam no trânsito.
Ainda em 2017, o município de Vilhena registrou em média 3.018 autos de infração. Nesse mesmo ano, 798 acidentes de trânsito foram registrados, onde 895 pessoas sofreram lesões corporais (512 com vítimas do sexo masculino e 383 vítimas do sexo feminino).
Em entrevista ao Folha, o Comandante da Polícia Militar de Trânsito (P-TRAN), Odair Alves, explicou um pouco sobre as causas dessas ocorrências. “Geralmente a desobediência à sinalização é uma das principais causas de acidentes do nosso município. Grande parte dos acidentes envolvendo veículos acontece em cruzamentos, onde um dos condutores deveria parar e não para”.
Já em 2018 foram registrados 2.491 autos de infração na cidade vilhenense. Com uma diminuição de quase dez casos, apenas 887 acidentes de trânsito aconteceram em Vilhena nos semestres de 2018. A queda também aconteceu nas infrações de autuação por ingestão de bebidas alcóolicas associada à direção: enquanto 2017 apresentava 84 registros de pessoas envolvidas em acidentes sob consumo de bebidas, no ano seguinte apenas 55 motoristas foram autuados.
“A blitz da Lei Seca se intensificou bastante, desde o final de 2017 para 2018, e isso acaba sendo refletido nos números de acidentes reduzidos e condutores apreendidos. Antigamente fazíamos cerca de 15 a 20 autuações por ingestão alcóolica, e hoje nós podemos dizer que estamos com esse percentual pela metade”, o Comandante relatou atribuindo a diminuição dos casos com a atuação da Lei Seca no Estado com maior vigor entre 2017/18.
A ATUAÇÃO DOS AGENTES DA LEI SECA
A Lei Seca (N° 13.546/2017) surgiu da necessidade em se fiscalizar de uma forma mais firme casos de ingestão de bebida alcóolica e a condução de veículos – responsável por muitos casos de acidentes. Com medidas punitivas que vão desde uma multa, remoção do veículo e apreensão da carteira, bem como prisão, as ações da Lei Seca são uma cooperação entre a Polícia Militar, a Polícia Civil e o Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN).
Durante as abordagens realizadas pelas operações, cada condutor é avaliado através de um teste de bafômetro (feito pelo etilômetro) de acordo com a quantia de álcool identificada em sua corrente sanguínea.
“Tem uma diferença sim, entre cada caso abordado. Por exemplo, de 0,00% a 0,04 % não há multa – porque leva-se em consideração uma margem de erro do aparelho. No entanto, de 0,05% até 0,33% há a autuação por dirigir sob influência de álcool, o veículo é entregue para uma pessoa habilitada (que também tenha feito o teste e esteja sóbria) e o condutor é liberado para responder administrativamente posteriormente. Quando o teste aponta uma porcentagem acima de 0,34% se trata de um crime e a pessoa receberá voz de prisão e responderá judicial e administrativamente pelo ato”, esclareceu o Comandante Odair.
ÁLCOOL E DIREÇÃO
Embora a margem de acidentes envolvendo o consumo de bebidas inibidoras da capacidade psicomotora tenha caído entre 2017 e 2018, ainda há motoristas que preferem arriscar suas vidas associando bebida e direção. Ato que compromete não apenas o condutor, como também outras pessoas que estão no trânsito.
“Enquanto tem pessoas indo para casa depois de uma comemoração, tem gente saindo para trabalhar aí no horário das três ou quatro da manhã. Então são pessoas inocentes que estão em busca do sustento e acabam sendo vitimadas por uma imprudência de terceiros. E essas ações atingem não só os inocentes como os próprios condutores infratores, assim como potenciais passageiros que estão no veículo”.
O QUE FAZER EM CASOS DE ACIDENTE?
Ainda que o acidente tenha sido apenas com danos materiais a regra é clara e disposta nas instruções normativas atribuídas pela Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (SESDEC) em 2018: ligue para o 190 e comunique às autoridades, que estarão indo até o local e realizando os trabalhos de orientação e confecção das ocorrências para que as partes tomem as medidas cabíveis.
Manter a calma, não se envolver em discussões desnecessárias que terminem em agressões e esperar pela ajuda capacitada pode ser essencial para um desfecho razoável.
O Comandante da P-TRAN ainda orienta: “aconteceu o acidente de trânsito, ligue no número 190 porque será encaminhada uma viatura. Tome cuidado com o trânsito, cruzamentos e fluxo de veículos, se tiver em condições sinalize para que os demais motoristas percebam o que houve”.
P-TRAN, PROTEÇÃO NO TRÂNSITO
O Grupamento de Trânsito da Polícia Militar de Vilhena surgiu em meados de 2007, sob o comando da Sargento PM Helena e tendo como subcomandante o então Sargento Suchi.
“Um dos grandes percursores que deu andamento a essa Unidade da P-TRAN, foi à época o Sargento Suchi (atualmente Vereador no município). Ele procurou ampliar essa base, lutou e buscou aumentar o efetivo (em meados de 2009/2010), assim como as instalações. Devemos muito a ele por conseguir estabilizar essa unidade de atendimento à população”, contou o atual Comandante, Odair Alves.
“Nós estamos aí para atender à população. Além de fazer o trabalho de fiscalização de trânsito, porque há essa necessidade de garantir os direitos de todos os condutores e demais cidadãos no trânsito para que a cidade tenha certa paz e equilíbrio. O que a Polícia Militar faz é proteger e auxiliar os moradores para que se sintam mais seguros”, finalizou o Comandante.
Texto: Mizellen Amaral
Fonte: Folha de Vilhena
Fotos: Folha de Vilhena/Ilustrativas