O colégio Maria Arlete realizou na manhã desta terça-feira (04) de dezembro uma Exposição de Xilogravuras, parte de um projeto que pretende explorar a literatura dentro da sala de aula de forma mais agradável e instigante aos alunos.
Segundo as professoras que organizaram o evento, 25 alunos das turmas do 1° ano participaram da Exposição. Fazendo parte do projeto Gotas Literárias, apresentado pelas professoras Nidiane Latocheski e Luciana Lino Ferreira, o objetivo do projeto foi justamente incentivar os alunos a irem além da literatura apregoada pelas educadoras.
“Mudou muita coisa dentro dessa percepção de literatura e até de cordel dos alunos. Por exemplo, uma dessas leituras realizadas [hoje] me surpreendeu muito. Ela [aluna] mesma escolheu seu texto ‘Aí, se sesse’, que é de um poeta; e eles estão construindo esse olhar para a literatura mais aguçado”, relatou a professora Nidiane, mostrando-se muito orgulhosa do trabalho realizado.
Os alunos do período matutino estiveram presentes durante a exposição feita no horário do intervalo, olhando e comentando os trabalhos desenvolvidos em papel e em madeira com artesanato pelos colegas. Olhares curiosos, sorrisos ainda acanhados e estudantes orgulhosos de si marcaram a manhã com leituras de cordel, apresentação dos desenhos em um mural e até mesmo a adaptação em camisetas dos traços xilográficos desenvolvidos.
“Tudo começou quando as estagiárias começaram a trazer conteúdos sobre xilogravura através do cordel, que se utiliza da arte. E com isso surgiu o projeto que a professora realizou, acabando nesse mistura e resultando nesse dia. É uma experiência muito boa, aprender a manusear, ver como ficou o trabalho, é algo incrível”, afirmou um dos alunos do 1° B, Luan Neves Santos (15 anos).
A arte da xilogravura foi pensada pelas professoras estagiárias, Viviane Pereira e Tânia Mara Curti, que pretendiam trazer as atividades dentro de seus planejamentos de estágio depois de apresentarem uma história em forma de cordel chamada Alice no País das Maravilhas e começarem a pesquisar sobre a arte de xilogravar.
Em conversa com a professora Nidiane, elas descobriram que não haveria tempo para isso, chegando ao consenso as três em misturar essa atividade ao projeto que nascia: “Gotas Literárias”. Além da xilogravura, o programa também conta com uma produção de livros artesanais, e de um site onde todas as tarefas desenvolvidas ao longo do percurso sejam veiculadas, numa caminhada que já vêm desde setembro.
“Para mim foi muito gratificante, porque eu já venho de uma desistência, eu não queria seguir esse caminho [magistério]. Então chegar a uma escola e receber todo o carinho não só dos alunos como também dos funcionários, isso acaba sendo muito gratificante”, narrou Viviane Pereira, ao ser questionada sobre o que a marca nessa experiência.
Os alunos mais animados e inspirados com a Exposição e o trabalho realizado pelas profissionais vibravam com a proporção alcançada do projeto. Em um dos casos, uma das alunas (Emilly Eduarda Oliveira, 16 anos) até comentou: “no começo eu tive dúvidas sobre como era e se seria legal o projeto, mas já no primeiro dia foi bem legal, pois nós aprendemos o que é xilogravura, quais são os instrumentos e como usar… usamos materiais como isopor e depois EVA, e eu gostei bastante”.
O dia e essa matéria se encerraram com a entrega dos certificados aos estudantes que participaram das atividades feitas no contra turno, com muitos abraços e com a declaração da professora Nidiane, ao confirmar sorrindo: “eu só ganho, não é? Porque é uma parceria enorme, uma motivação ainda maior. E ai mesmo com todos os percalços nós começamos um projeto com toda a positividade possível, e receber essa recepção [dos alunos] é algo muito bom”.
Texto: Mizellen Amaral
Fonte: Folha de Vilhena
Fotos: Mizellen Amaral/Folha de Vilhena