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Construindo o futuro: projeto social voltado para a Capoeira é realizado em Vilhena


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“Se a gente quiser modificar alguma coisa, é pelas crianças que devemos começar. Devemos respeitar e educar nossas crianças para que o futuro das nações e do planeta seja digno.”, Ayrton Senna.

(Foto: Mizellen Amaral/Folha de Vilhena)

Assim como Ayrton Senna, muitas pessoas acreditam na pureza de espírito e na capacidade das crianças em mudar o mundo atual em um futuro ainda melhor para suas próximas gerações. Entre uma dessas pessoas está o capoeirista Odarir Belarmino [mais conhecido como Ki-suco], à frente do projeto social, Núcleo de Atividade Social da Cultura Escrava (Nasce), que desenvolve a modalidade da Capoeira em Vilhena.

“A capoeira está na minha família há muitos anos, porque desde os nossos antepassados que eram escravos nós mantemos essa cultura da capoeira de geração para geração, e a conservamos em nossa família”, contou Odarir ao explicar como assumiu o lugar dos seus antecessores na atividade social.

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(Foto: Mizellen Amaral/Folha de Vilhena)

Com música, instrumentos e sorrisos ainda acanhados dos que estão começando, as aulas ministradas no espaço do Ginásio de Esporte Geraldão reúnem não só os pequenos alunos como também ‘gente grande’ que se interessou pelo esporte de uma forma curiosa, como foi o caso da Cláudia.

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Com seus joviais 40 anos, Cláudia conta “vim um dia passear aqui na praça, eles estavam lá fora jogando [capoeira] e achei bem interessante. Acabei vindo, procurei o instrutor, comecei a frequentar as aulas e ainda trouxe meu filho e meu esposo”. Para ela, a capoeira se caracteriza como um estilo de vida, uma forma de melhorar física e psicologicamente o dia-a-dia, “às vezes nós estamos tristes ou desanimados e ao chegar aqui, com a música e os participantes, termina por levantar o astral de todos”.

Da esquerda para a direita Cláudia, Odarir [Ki-suco] e Rian, praticantes da capoeira (Foto: Mizellen Amaral/Folha de Vilhena)
Há muitos anos sendo realizado, o trabalho social abrange em média 50 participantes por ano nas mais diversas faixas etárias (dos cinco anos em diante), sem cobrar mensalidade. Com aulas nas terças e quintas das 18h00min às 19h00min e aos sábados das 10h00min às 11h00min, as atividades na área da capoeira exploram “não só a parte física, mas também o conhecimento histórico e geográfico, contribuindo na formação do próprio indivíduo enquanto cidadão e auxiliando na coordenação motora, assim como na forma de lidar com o convívio social”, explicou Ki-suco.

Elaine Barbosa, de blusa cor-de-rosa, auxiliando na orientação dos novos praticantes da modalidade (Foto: Mizellen Amaral/Folha de Vilhena)

Para Elaine Barbosa, praticante da capoeira há dez anos, além das atribuições físicas e emocionais que a modalidade auxilia os alunos a desenvolver, abraçando todos em um laço familiar formando um sentimento que vem para suprir carências de algumas crianças que chegam ao projeto, a ação também gera novos cidadãos que sabem o que querem para si.

“Das crianças que já passaram por aqui hoje nós temos instrutores. Tinham muitos alunos que nós víamos que não teriam uma perspectiva de vida, mas através do trabalho e do convívio social bem semelhante ao de uma família, eles recebem esse carinho que acaba ajudando no encaminhamento dessas crianças”, afirmou Elaine.

(Foto: Mizellen Amaral/Folha de Vilhena)

Além dos curiosos rapidamente apaixonados pela capoeira, o projeto social conta também com alguns participantes como o Rian (16 anos) que relatou já ter contato com a modalidade por causa do avô e do irmão que são praticantes da arte, embora ele tenha começado já mais tarde. “Se você tem interesse, meu conselho é que comece a fazer, porque vai auxiliar muito na sua autoestima, e a capoeira é como um mosquito: quando ela te ‘pica’ e você toma gosto, não consegue mais largar”, garantiu o jovem.

Tendo em mente a oportunidade de permitir que crianças com tempo ocioso possam ter contato com essa área cultural e esportiva, Ki-suco explica que as atividades desenvolvidas são puramente voluntárias, ministradas pelo gosto de ajudar e de repassar esse conhecimento sociocultural. “Como fez bem para mim, eu transmito esse ensino para os outros, na intenção de que um deles futuramente dê continuidade ao projeto”, ele sorri ao garantir.

Com alguns colaboradores auxiliando na manutenção para que o projeto se sustente, a mensagem deixada por todos os participantes é clara: “quem quiser conhecer o projeto é aberto então venham, estamos aqui de braços abertos para receber, as mães também podem trazer seus filhos e participar”, convidou Elaine.

O Ginásio Geraldão fica localizado na Avenida Paraná, Bairro Alto Alegre. Os interessados podem procurar os responsáveis durante os horários de treino da modalidade [já citados acima] e conhecer um pouco mais sobre a ação social.

 

Texto: Mizellen Amaral
Fotos: Mizellen Amaral/Folha de Vilhena
Fonte: Folha de Vilhena

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