O titular da Delegacia de Homicídios de Vilhena, Núbio Lopes, divulgou em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, 24, a conclusão do inquérito que investigava a morte do cabeleireiro Daniel Reis de Camargo, no dia 26 de setembro deste ano.
De acordo com o delegado, o principal suspeito de ter cometido o crime, foi o esposo da vítima, o indiciado Ozéias Cassimiro de Camargo, que se entregou na Delegacia de Polícia de Vilhena sem a companhia do advogado, na última quarta-feira, 17 de outubro.
Lopes revelou na coletiva, que há indícios que comprovam que no dia dos fatos, Ozéias jogou substância líquida inflamável em Daniel e, em seguida, ateou fogo no companheiro. Daniel não resistiu aos ferimentos e acabou falecendo no dia 27 de setembro no Hospital Regional da cidade, após ter 90% do corpo queimado.
DADOS SOBRE O CRIME
Segundo o delegado, as investigações revelaram que o indiciado e a vítima eram casados, e que o relacionamento homoafetivo era inundado de ciúmes possessivos e doentios, características percebidas por parentes, vizinhos e amigos dos envolvidos.
Núbio pontuou que Daniel havia descoberto a infidelidade do marido e, por conta disso, marcou um encontro com Ozéias se passando por outra pessoa. Ao chegar ao salão, local marcado para o encontro, Daniel confrontou Ozéias e os dois discutiram.
Testemunhas relataram aos investigadores, que ouviram xingamentos durante a discussão entre o casal e que tempos depois, viram Daniel caminhando em direção aos vizinhos pedindo socorro. Assim que os vizinhos se deram conta da gravidade dos ferimentos da vitima, acionaram o corpo de bombeiros.
De acordo com a investigação, Daniel estava sentado em uma cadeira no salão de beleza, quando Ozéias arrombou a porta, pegou um galão com gasolina e jogou nas costas e na cabeça do companheiro. Em seguida ateou fogo na vítima e saiu do local, deixando Daniel trancado no salão, enquanto era consumido pelas chamas.
Conforme consta no inquérito policial, antes de morrer no Hospital Regional, Daniel relatou aos familiares, amigos e terceiros que quem era o autor do crime era o seu companheiro Ozéias.
A polícia constatou que havia gasolina no local do crime. A substância liquida inflamável era usada para abastecer a motocicleta que ambos usavam para transportar pessoas que estavam em serviço na campanha eleitoral.
Lopes relatou ainda, que Ozéias também teve ferimentos por causa do fogo, mas a causa das queimaduras dele, segundo o Laudo Pericial, não foi decorrente da ação direta de substância liquida inflamável. Além disso, Ozéias não compareceu ao hospital regional para cuidados médicos e sequer prestou auxilio a Daniel quando pediu ajuda.
SUICÍDIO DESCARTADO
Núbio explicou também que descarta a possibilidade de suicídio, já que segundo apurado em depoimentos de parentes e amigos, Daniel era uma pessoa extremamente vaidosa. Já que até durante o trajeto ao hospital regional, na unidade de resgate, a vítima perguntou ao bombeiro como estava a sua aparência e se havia sofrido muitos danos.
O delegado pontuou ainda, que por meio de análises feitas nos aparelhos celulares do indiciado e da vítima, entregues à delegacia pelo advogado de Ozéias, não se levantou qualquer indicio de comportamento suicida.
ATUALMENTE
Ozéias Cassimiro de Camargo está preso e foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por uso de meio cruel e de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Texto: Redação Fv
Fonte: Folha de Vilhena