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Confusão entre facções deixa 19 celas destruídas no Centro de Ressocialização de Ariquemes


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Foto: Divulgação

Um desentendimento entre duas facções criminosas rivais deixou 19 celas destruídas no Centro de Ressocialização de Ariquemes (RO), no Vale do Jamari. A confusão aconteceu durante um princípio de rebelião no último fim de semana e foi controlada pelo Grupo de Ações Penitenciárias Especiais (Gape). Três detentos tiveram ferimentos leves e foram levados ao hospital do município para serem atendidos.

Nesta terça-feira (9) o representante do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Rondônia (Singeperon), William Alves, explicou que a situação aconteceu após a relocação de presos de uma facção para o pavilhão onde estavam os outros presos da mesma facção, mas o pavilhão ficou superlotado e eles iniciaram o motim.

O representante disse que a determinada facção cresceu em detrimento do grupo rival e por questões de segurança teve-se que retirar a minoria de onde estava a facção rival para resguardar a integridade física deles próprios.

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“Nas celas do grupo rival haviam menos presos. E então eles se sentiram prejudicados com o remanejamento, pois eles foram levados para este pavilhão e ficaram com as celas superlotadas. O pavilhão tem capacidade para 20 presos e tinha uma média de 100”, comentou o representante do Singeperon.

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“O cenário é de guerra, está tudo quebrado, o pavilhão foi praticamente destruído. Pedaços de concretos para todos os lados. 20 das 19 bigornas foram arrancadas e estão empilhadas lá dentro. Então, não temos nem previsão de como será para poder reconstruir tudo isso aí”, reclama William Alves.

Segundo Williiam Alves, o Centro de Ressocialização de Ariquemes tem capacidade para 230 detentos, mas atualmente, a unidade prisional que foi inaugurada no final de julho de 2017, possui cerca de 470 presos.

“Queremos chamar a atenção das autoridades competentes, por que se estava difícil com este pavilhão funcionando superlotado, imagina agora com esses presos tendo que serem realocados dentro da unidade prisional”, enfatiza.

Alves ainda parabenizou os agentes penitenciários da unidade prisional, que conseguiram conter os ânimos dos presos e não deixar que a confusão espalhasse para os demais pavilhões da unidade.

“Mesmo com poucos recursos, os agentes restringiram o movimento somente em um pavilhão, por que não é fácil. A unidade de Ariquemes está superlotada, então é um barril de pólvora, que pode estourar a qualquer momento”, salientou.

Intervenção do Gape

Uma equipe do Gape de Porto Velho se deslocou para a unidade prisional na tarde do último domingo (7) e conseguiram controlar a tumulto.

De acordo com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), o presídio estará sob o comando do Gape pelo período de 30 dias, com o objetivo de manter a ordem e a segurança do local.

Posicionamento da Sejus

Conforme a Sejus, as obras de reconstrução das celas devem iniciar de forma imediata, com o trabalho dos próprios detentos. Durante este período, o presídio terá as atividades normais, com exceção das visitas, que ficarão suspensas até a reorganização das celas.

O gerente regional da Sejus, Jairo Barbosa, explicou que alguns presos foram remanejados dentro da unidade, mas que haverá transferência de detentos para outros presídio do estado.

“Alguns internos foram levados para outros pavilhões e as celas ficaram um pouco mais lotadas. Nós iremos transferir entre 35 a 40 apenados para os presídios de Buritis, Machadinho D’Oeste e Porto Velho”, comentou.

Problemas no presídio de Ariquemes

A construção da nova unidade prisional no município iniciou em 2008 e a previsão era de ser entregue em 2010, mas a obra só foi concluída sete ano depois. Vários casos de furtos de fiações, materiais e outros itens foram registrados durante a construção. A obra teve um custo de R$ 10 milhões aos cofres públicos.

Mas os problemas que existiam durante a construção, continuaram após a unidade ser inaugurada, no dia 27 de julho de 2017. Após 15 meses de funcionamento, o novo presídio de Ariquemes registrou nove fuga de detentos.

Nos nove episódios, houve 66 fugas registradas. Os dados não representam a quantidade de presos que fugiram, pois alguns presos foram recapturados e voltaram a fugir. Com as fugas, cerca de 13% dos apenados fugiram da unidade prisional.

A última fuga aconteceu no dia 17 de setembro de 2018 quando cinco detentos fugiram da cela B2 durante a madrugada. Eles serraram as grades da cela, conseguiram acesso à área externa e pularam as grades de proteção do centro prisional.

 

 

Fonte: G1/RO

 

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