O dia dos pais é comumente comemorado ao segundo domingo do mês de agosto, data em que várias homenagens são prestadas aos papais, com presentes e discursos para falar das boas qualidades da figura dentro da família. Entretanto, em alguns casos, assim como existem as mamães solteiras – uma maioria significativa das famílias brasileiras é formada por mães que assumem e cuidam sozinhas dos filhos – também existem os papais solteiros (ainda que seja uma minoria).
Para falar um pouco sobre as dificuldades e bênçãos de ser um pai solteiro, Cleiton Domingues Lopes (30 anos) concedeu uma entrevista a esta redação, relatando sobre sua vida após o filho de sete anos, Gabriel.
Cleiton contou que sempre foi um grande sonho ser papai, ainda muito jovem teve contato com uma experiência parecida quando a irmã teve um filho e Cleiton pode acompanhar de perto o crescimento do bebê até seus três anos de idade. Desde então – à época ele tinha dezessete anos – sentiu esse desejo de ser pai.
“Sempre fui muito apegado com o Gabriel, muito próximo, e o único período de tempo em que passamos realmente longe foi quando me mudei para Rondônia, porque mesmo quando me separei da mãe dele eu sempre estive em contato devido à guarda compartilhada que tínhamos”, narrou ele ao ser questionado sobre sua relação com o pequeno Gabriel. “Foi uma coisa natural para mim o fato de ser pai, vejo isso como uma grande responsabilidade e me cobro bastante para estar sempre à altura do pai que ele precisa”.
Cleiton, que trabalha como filmmaker, contou que sua rotina entre ser pai e profissional é bem equilibrada, devido ao serviço possibilitar trabalhar em casa. “Acaba que eu tenho uma flexibilidade de horário maior e consigo estar presente, porque o horário maior em que o Gabriel está longe de mim é quando vai à escola, no restante eu estou sempre com ele”, explica dizendo que algumas vezes quando vai filmar os vídeos ou fotografar até leva o filho junto – que já demonstra muita feição pelas câmeras – e tudo se torna um grande momento de diversão para ambos.
O papai elenca também a maior dificuldade em ser um pai solteiro, contando que as responsabilidades dobram quando é necessário que ele tenha que educar sozinho a criança. “Então a maior dificuldade é me educar para poder educar ele, é sempre uma questão de cobrança e autocrítica para poder dar para ele um exemplo bom o suficiente. Antes do Gabriel eu sempre tive minhas falhas, meus defeitos, e hoje eu luto muito para superar isso e impedir que essas falhas e defeitos passem para ele”.
Cleiton Lopes finalizou a entrevista dizendo que por ter sido sempre um sonho se tornar pai – e realizar isso aos vinte e três anos – tornou a tarefa de ser pai, de educar, de transmitir conhecimento também uma forma de melhorar a nova geração. “Ser pai é uma oportunidade de evoluir, de construir uma geração melhor que a nossa, de corrigir essas falhas e erros, e é uma forma de renovar naturalmente a vida”.
Texto: Mizellen Amaral
Foto: Arquivo Pessoal
Fonte: Folha de Vilhena