A defesa afirma que vai recorrer da decisão no Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO).
O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) se manifestou contrário ao pedido da defesa. Com isso, a juíza Liliane Pegoraro Bilharva ressaltou que a revogação não merece ser concedida, pois o decreto de prisão está bem fundamentado com as razões adequadas.
“Acresço a elas [razões] a enorme repercussão que o fato causou na cidade de Vilhena, que sobressaltou-se com as circunstâncias desse caso, em que um pai de família buscando pelo sustento mediante trabalho, tenha perdido a vida de forma abrupta e cruel”, enfatizou a magistrada.
Já o advogado José Franscisco Cândido afirma que não há elementos suficientes para manter Willians preso e vai recorrer da decisão no TJ-RO. Ele enfatiza que Willians tem residência fixa, emprego, família e está cooperando com as investigações.
Cândido ainda salienta que Willians possui todos os requisitos para responder ao processo em liberdade e que ele se apresentou espontaneamente e confessou o crime. Willians está preso na Casa de Detenção de Vilhena.
“A prisão preventiva não tem caráter punitivo antecipado. A prisão preventiva existe para assegurar a aplicação da lei; garantir que o acusado não vá fugir ao processo, e nenhum desses requisitos estão presentes. Ele está disposto a responder por seu ato”, argumenta o advogado.
Caso
O caminhoneiro José Batistela, de 70 anos, foi morto no dia 30 de maio, próximo a um ponto de manifestação na BR-364, com uma pedrada na cabeça. O caminhoneiro carregava madeira e, quando decidiu seguir viagem, foi atingido.
Segundo a Polícia Civil, a pedra teria sido arremessada de baixo para cima por uma pessoa que estava em um carro no sentido contrário da pista.
Família da vítima
A viúva do caminhoneiro, Margarida Batistela, contou no dia 3 de junho que morava com José e os filhos em Jaru (RO), há 20 anos. O esposo seguia viagem pela BR-364 para levar uma carga de madeira ao município de Mirassol D’Oeste (MT).
Segundo a viúva, José estava parado há nove dias em Vilhena por causa da manifestação dos caminhoneiros. Quando ele decidiu seguir viagem, no último dia 30, foi atingido com uma pedrada na cabeça e morreu no local.
“Aquela pedra atingiu ele, acabou com a minha família, com a minha casa, meu esposo, os sonhos dele, nossos sonhos”, disse emocionada.
Fonte: G1/RO – Eliete Marques