A prefeita de Vilhena, Rosani Donadon (MDB) desembarcou no aeroporto Brigadeiro Camarões no início da tarde desta sexta, 13, e foi recebida por uma multidão que a aguardava.
Rosani esteve em Brasília cumprindo uma agenda de compromissos e aproveitou para acompanhar de perto o julgamento que corria no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ontem (12) a corte determinou a suspensão do registro de candidatura e impugnou seu mandato e do vice, Darci Cerutti (DEM) por 6×1 votos. Ainda determinou a realização de novas eleições suplementares na cidade, que devem ser confirmadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RO) tão logo for notificado da decisão.
Acompanhada de seu esposo o ex-prefeito Melki Donadon (PDT), Rosani ao sair do saguão do aeroporto foi ovacionada por familiares, amigos, aliados políticos, secretários e servidores comissionados e efetivos que foram mostrar apoio levando flores, faixas com palavras de incentivo.
Muito emocionada e com lágrimas nos olhos, Rosani conversou com a imprensa local no meio à multidão, que em nenhum momento deixou de aplaudi-la. Se sentindo injustiçada, Rosani Donadon, que está à frente do poder executivo vilhenense há 1 ano, três meses e 13 dias, falou que a impugnação da candidatura se deu por causa de uma reunião realizada em 2008, a qual ela, nem Melki participaram. Na época o casal Donadon estava concorrendo às eleições municipais, nos cargos de prefeito e vice. “Esse fantasma dessa reunião já vem me acompanhando há 10 anos. Estou cansada”, diz a prefeita.
Devido ao todo o desgaste emocional que o processo trouxe, Rosani informou que não vai mais recorrer da decisão do TSE. A pesar de poder entrar com embargos de divergência ao próprio TSE, e logo com recurso extraordinário ao STF para tentar se manter no cargo. “Não vou mais entrar com recurso. Se tiver que ter outra eleição, que tenha, quero uma nova fase. Não adianta recorrer, para depois de 90 dias me tirarem de novo. Estou aqui, que seja feita a vontade de Deus e da comunidade. Nesse um ano e 4 meses dei o meu melhor. Tivemos mudança na saúde, educação, esporte, ação social, agricultura, sou grata a Deus. A minha parte eu fiz”, diz emocionada a prefeita.
Rosani Donadon, a pesar de já saber o resultado do julgamento deve ser notificada da decisão para deixar o cargo de prefeita, e assim o presidente da Câmara dos Vereadores, Adilson de Oliveira (PSDB) tomar posse como prefeito interino. Logo, Adilson tem um prazo de até 90 dias para convocar novas eleições na cidade Portal da Amazônia.
Entenda o caso
Em outubro de 2017, o TRE/RO deu parecer favorável ao registro da candidatura de Rosani e reformou a sentença da 4ª zona eleitoral, autorizando sua diplomação e posse. A determinação foi tomada após o próprio tribunal rever sua decisão nos embargos de declaração interposto pela coligação da atual prefeita, que buscava a revisão da decisão proferida nas vésperas da eleição municipal, quando o resultado foi desfavorável.
Na primeira decisão, o TRE indeferiu o pedido de registro de candidatura da chapa Rosani/Darci e manteve a sentença do Juízo da 4ª Zona Eleitoral que julgou procedente a impugnação proposta pelo MP e parcialmente procedente a ação proposta pela Coligação Pra Fazer A Diferença, por vislumbrar a inelegibilidade em face de condenação por abuso do poder econômico no pleito de 2008, quando concorreu ao cargo de vice-prefeito, junto com seu esposo Melki Donadon. Os dois foram condenados em 1ª instância por causa de um evento, que não participaram realizado no bairro Assossete em pleno período eleitoral. Para o MP e a chapa do Japonês, Rosani não estava apta no dia da eleição, por enquadrar-se na Lei da Ficha Limpa, sendo assim solicitada perda do mandato.
Advogados de Rosani Donadon alegaram que ela estava apta a disputar o pleito eleitoral de 2016, o que foi confirmado pelo TRE em sede de recurso, mas o TSE entendeu ontem (12) que ela não poderia ter concorrido às eleições em 2016, pois estava inelegível. As eleições ocorreram em 02/10/2016 e a condenação de Rosani acabava em 05/10/2016.
Texto e fotos: Redação Folha de Vilhena
