Projeto foi realizado em oito municípios. Encerramento foi realizado no Teatro Palácio das Artes, em Porto Velho
Após 12 dias percorrendo várias cidades do estado, o Projeto Rondon, com a Operação Teixeirão, foi encerrado em Porto Velho neste fim de semana. O encerramento ocorreu no Teatro Palácio das Artes. Segundo os organizadores, 150 rondonistas participaram da ação.
O vice-governador de Rondônia, Daniel Pereira, disse em entrevista à Rede Amazônica que, pelos próximos quatro anos, o governo já tem planejamento para outras operações Rondon.
“No ano passado foi trabalhado em 15 municípios e este ano foram em oito cidades. Agora estamos pensando em outras alternativas (…) basta a gente ter criatividade e tentar fazer. O estado sempre vai ser parceiro, pois nessa interação todo mundo sai ganhando”, disse Daniel.
O vice- almirante, Vitor Cardoso, falou sobre a realização do projeto. “É uma satisfação muito grande estarmos encerrando mais uma ação do Projeto Rondon, que dessa vez espeficamente foi realizado no estado de Rondônia, aonde nós conseguirmos reunir oito municípios e sete instituições de ensino, com 150 rondonistas”, disse.
A estudante de odontologia Rafaela Dias contou mais da experiência de ter percorrido os municípios do estado.
“Foi uma experiência única, maravilhosa. Esperamos que o município de Governador Jorge Teixeira (RO) tenha gostado, tanto da gente quanto a gente gostou de atuar ali”, disse a estudante.
Ações
Neste ano, sete instituições de ensino superior de Rondônia participaram da Operação Teixeirão. O coordenador regional da Operação, tenente-coronel Marcelo Martins Soares, explicou que dentro do projeto existem ações em formas diferentes, nacionais ou regionais.
Neste ano, em Rondônia, o projeto foi desenvolvido de forma regionalizada, ou seja, com universitários do próprio estado trabalharam como voluntários.
Segundo o coordenador, os voluntários foram divididos em dois grupos: A e B. O grupo A na área de educação, saúde, desenvolvimento humano, cultura, justiça, cidadania e direitos humanos. No conjunto B, trabalharam a área de meio ambiente, tecnologia e comunicação.
As equipes realizam as ações em determinados municípios escolhidos por critérios técnicos e pelo menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), populacional e dificuldades no acesso aos serviços públicos.
História
A operação começou em Rondônia, na época chamada de Operação Zero, em 1967. Os universitários tinha interesse de sair das salas de aulas e levar o conhecimento, além de conhecer outras regiões do Brasil.
“Deu tanto certo que começou a ter edições anuais e semestrais. O Governo Federal encampou a ideia e passou a ser uma Fundação Projeto Rondon, vinculada ao Ministério do Interior. E foi se realizando. As universidade começaram a implantar mais campi, onde levavam os universitários a praticar o que aprendiam em sala”, explica Martins.
O coronel explica que, em 1989, com a reorganização política do Brasil, o projeto acabou. Ele foi retomado em 2005 pelos próprios estudantes, com uma nova roupagem.
“O objetivo do estudando conhecer o Brasil permanece, mas mudou o foco do trabalho com a realidade atual. O objetivo hoje é capacitar o cidadão. Levar conhecimentos para estimular e fomentar o desenvolvimento sustentável dessas regiões”, explica.
Voluntários
A acadêmica Evelyn Karine Rodrigues Ferreira está no 8° período de jornalismo e fez parte da equipe de comunicação do projeto. Ela conta que precisou deixar muita coisa em casa para embarcar na expedição.
“É uma experiência grandiosa. Na academia a gente pega a questão teórica, mas, aqui, nós estamos cobrindo todo o projeto. Estamos atrelando os conhecimentos teóricos com a prática. É um laboratório muito importante. Não é só levar conhecimento, é uma troca mutua”, acredita.
Também estudante de jornalismo, Tiago Gabriel Teles Rodrigues da Silva, 21, conta que a busca pelo conhecimento e também compartilhar o que já sabe, motivou desde o início a participar da operação.
Porém, a decisão só surgiu depois de uma conversa séria em casa, pois, para participar, ele teria que abrir mão de assistir a formatura da própria mãe.
“Mesmo achando uma ótima oportunidade, eu já nem estava pensando na possibilidade, pois queria muito ir à formatura dela. Mas, falei com ela sobre a possibilidade e ela me deu todo o apoio para participar, pois é uma oportunidade única e me garantiu que não ficaria chateada”, explica.
O coordenador adjunto da equipe de comunicação, André Cran, explica que ao contrário do que podem pensar, o trabalho da equipe de jornalismo de catalogar e dar publicidade a tudo que aconteceu no projeto é tão exaustivo como de qualquer outra equipe.
Eles ficaram hospedados em uma escola na cidade de Ji-Paraná (RO) e, diariamente, seguiam para uma cidade na Região Central para fazer a cobertura jornalística.
“Somos divididos em duas equipes. Quando uma equipe está em campo, a outra permanece na sede trabalhando nos materiais que colheram no dia anterior. Estamos memorizando isso. É o mais legal”, explica.
G1