Em 2017, houve o registro de 65 casos e oito deles já foram confirmados por laboratório
Com a chegada do período chuvoso, os locais favoráveis para a criação do mosquito Aedes aegypti se multiplicam, e a população deve se atentar para eliminar os focos. Os ovos do mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela necessitam apenas de um pouco de água parada para eclodirem.
As doenças do Aedes nas pessoas podem provocar dores no corpo, mal estar e levar a óbito em casos específicos. O Zika Vírus inclusive é o mais preocupante, principalmente para as gestantes, pois elas correm o risco de serem afetadas pelo vírus e gerar microcefalia nos bebês.
Em entrevista à reportagem da FOLHA, a coordenadora de Vigilância em Saúde de Vilhena, Lucinéia de Souza, explica que, no ano de 2015 foram notificados 02 casos, com uma confirmação laboratorial. Na ocasião, uma criança foi diagnosticada com o Zika Vírus. Já em 2016 foram notificados 420 pessoas, no entanto, desse total foram confirmados com o vírus 272 pessoas, sendo 34 em gestantes com confirmação laboratorial e 238 casos confirmados por vínculo epidemiológico.
Em 2017, houve o registro de 65 casos e oito deles já foram confirmados por laboratório, além disso, estão em acompanhamento, uma gestante e 38 crianças de mãe zika, ou seja, crianças que nasceram de mães que tiveram o Zika Vírus durante a gravidez. Também tem em registro cinco crianças com resultado positivo para a doença. “Essas crianças estão bem, mas, a gente está acompanhando. Temos uma criança com microcefalia e a gente está investigando se é ou não causado pelo zika”, conta Lucinéia.
“A nossa maior preocupação hoje é com o zika vírus porque ele pode trazer má formação ao feto”.
Prevenção
A coordenadora Lucinéia explica a importância que os moradores devem ter com a limpeza nas residências, porque os ovos do Aedes “mãe” tem um ciclo de sete dias para eclodirem e nascerem novos mosquitos transmissores dos quatro vírus. “A população tem que ter o cuidado em relação ao combate do mosquito, porque não adianta a Secretaria de Saúde fazer mutirão, se o cidadão não cuidar da sua área de sobrevivência”, pontua.
Casos específicos
De acordo com a coordenadora, uma vez que é confirmado que o Zika Vírus circula na cidade, o Ministério da Saúde para de fazer exames da população em geral e prioriza à população de risco, ou seja, as ‘gestantes’. “Apesar de notificar os casos, a gente só colhe os exames das gestantes, porque é nelas que podem ter a má formação”.
Lucinéia conta que as equipes de pré-natal estão muito bem treinadas em casos de suspeitas e quando se deparam com qualquer sinal de dor no corpo na gestante realizam um teste rápido. “O nosso laboratório tem testes rápidos para o zika. Assim, uma vez colhido o materiaç, no dia seguinte temos o resultado”.
Os testes rápidos são feitos em gestantes e funciona em Vilhena desde o dia 22 de março deste ano.
Não tem tratamento
Atualmente, não existe um tratamento especifico para o “Zika”, porque o vírus praticamente não traz sintomas e mais de 70% dos casos não vão sentir nada: “somente 18% dos doentes é que vão sentir alguma coisa, como vermelhidão no corpo, olhos vermelhos, nariz escorrendo e geralmente não dá febre”, relata.
Óbitos
Em Vilhena, foi registrado um óbito infantil, ou seja, um bebê que nasceu e depois faleceu, além disso, houve o caso de outra criança que nasceu morta. No caso da criança que nasceu e morreu, foi constatado na ultrassom que ele tinha a microcefalia e outras más formações, já no caso da criança que nasceu morta, os dados não foram mencionados. “Não podemos dizer que esses dois casos foram causados pelo Zika, contudo, os dois óbitos estão em investigação”, finaliza.
DENGUE
No ano de 2016, foram notificados 997 e 275 casos confirmados, houve também registros de uma pessoa com dengue em sinal de alarme e uma com dengue grave. Em 2017 foram notificados 193 casos, sendo 17 confirmados.
Em Vilhena, os bairros com o maior número de casos confirmados por dengue foram: o Centro, Cristo Rei e Jardim Eldorado.
Chikungunya
A primeira notificação de Chikungunya no Município aconteceu no ano de 2014 e foi por meio de um caso importado da Venezuela, onde a criança voltou do País para Vilhena já com o vírus. Em 2015, foram notificados sete casos e uma confirmação. No ano de 2016, 136 casos foram notificados e dois confirmados. De acordo com registro no SinanNET, neste ano já foram notificados 13 casos com suspeitas da doença e três confirmações.
Por Redação Fv – Abel Labajos
Fotos: Sara Rengifo/Thinkstock