Ação faz parte do programa de conservação do gavião-real, também conhecido como harpia. Espécie, uma das maiores aves de rapina do mundo, está ameaçada de extinção.
Alunos da escola estadual Josino Brito em Cacoal (RO), a 480 quilômetros de Porto Velho, visitaram neste fim de semana o ninho da harpia recém descoberta em uma terra indígena do município. A ação faz parte do programa de conservação do gavião-real, também conhecido como harpia.
A atividade foi desenvolvida em parceria com o Centro Cultural da Aldeia Paiter Suruí, localizado na terra indígena Sete de Setembro da Linha 9. Para os estudantes, a visita serviu também como conteúdo prático de ecologia da disciplina de biologia.
Depois de mais de uma hora de caminhada em mata fechada, atravessando córregos e passando por pinguelas, os estudantes e os pesquisadores chegaram próximos de uma castanheira onde observaram e comemoraram o a descoberta do 11º ninho monitorado no estado.
Em seguida, toda equipe foi recebida pelos indígenas com danças e músicas cantadas na língua materna dos Paiters.
De acordo com o coordenador do projeto, Almério Câmara Gusmão, atualmente 11 ninhos são monitorados em Rondônia, sendo que quatro estão em Cacoal. Destes, dois se localizam em propriedades rurais e outros estão em terras indígenas.
“Por ser uma ave que sempre utiliza o mesmo local para se reproduzir, os ninhos precisam ser preservados, com isso, pesquisadores, voluntários, produtores rurais, estudantes, indígenas e outros parceiros se uniram para evitar a extinção do gavião-real, uma das maiores aves de rapina do mundo”, revela.
A envergadura chega a 2 metros de comprimento. O ser humano é o único predador da ave, além de caçar também destrói o habitat natural.
Para preservar a espécie, desde 2008 um grupo de pesquisadores voluntários de Cacoal vem fazendo o monitoramento da espécie na região.
Conforme a bióloga e voluntária do projeto, Tatiane Costa, as principais dificuldades de conservação da harpia é a baixa intensidade populacional.
“Ela é um animal que se reproduz a cada três anos e, neste período vai ter apenas um filhote. E ocupa uma área de grande território para a sobrevivência, ou seja, um casal vai ocupar uma extensão de cinco quilômetros quadrados”, explica.
Os produtores rurais também têm sido grandes parceiros do grupo de preservação do gavião-real, isso porque são nas áreas de reserva legal, mantidas nas propriedades rurais, que a ave vive e se reproduz. Os ninhos geralmente são feitos em árvores bem altas.
Segundo Tatiane, os produtores rurais foram orientados sobre a importância deles na preservação da espécie. E sempre que avistarem a ave devem informar ao grupo de voluntários para que seja monitorada.