Athos Borges, pai de Bruno, relatou que filho está bem e a família está aliviada com a volta dele para casa; jovem estava desaparecido desde o dia 27 de março
Após quase cinco meses desaparecido, o estudante de psicologia Bruno Borges, de 25 anos, retornou para casa na manhã desta sexta-feira (11). A informação foi confirmada pelo pai do jovem, o empresário Athos Borges.
Borges relatou que filho está bem e a família aliviada com a volta dele. No entanto, o jovem não deve ficar na casa onde morava com os pais e irmãos devido à busca de pessoas curiosas pela história do estudante.
“Nesse momento não vamos comentar muito. Ele já não vai ficar mais em casa, tem muita gente vindo aqui. Ele vai ficar em outro lugar, ele voltou sozinho. Isso é tudo que podemos falar”, ressalta.
O primeiro dos 14 livros de Borges entrou para a lista “não ficção” dos mais vendidos da semana, entre 24 e 30 do mês passado. O ranking é do site PublishNews, construído a partir da soma das vendas de todas as livrarias pesquisadas. A segunda obra do jovem já tem data para lançamento, disse a editora ao G1.
Assinado por Bruno Borges “o menino do Acre” Borges, o livro “TAC:Teoria da Absorção do Conhecimento” (Arte e Vida) tem 191 páginas nas quais o autor (desaparecido desde março) faz grande esforço para explicar sua criação. A obra, que saiu no final de junho, entrou no ranking das mais vendidas do país.
Relembre a história
Antes de sair da casa onde mora em Rio Branco, Bruno Borges deixou 14 livros escritos à mão e criptografados, alguns copiados nas paredes, teto e no chão do quarto. Deixou ainda uma estátua do filósofo Giordano Bruno (1548-1600), por quem tem grande admiração, que custou R$ 10 mil.
Em maio deste ano, Marcelo Ferreira, de 22 anos, amigo do estudante, chegou a ser detido pela polícia pelo crime de falso testemunho. Na casa dele, a Polícia Civil encontrou dois contratos – um deles autenticado no dia do desaparecimento – que estabeleciam porcentagens de lucros com a venda dos livros. Ferreira teria ajudado Bruno no projeto.
Policiais também encontraram móveis do quarto do acreano na casa de outro amigo, Bruno Gaiote, que também teria participado na logística. Gaiote, que mora na Bahia, chegou a ser indiciado para depor na capital acreana, mas não compareceu, sendo indiciado indiretamente.
Em entrevista ao Bom Dia Amazônia exibida no dia 3 de julho, Ferreira contou que ajudou Bruno a montar o quarto e sabia do projeto, mas garantiu que não tinha conhecimento do desaparecimento, nem do local que ele pode estar vivendo.
Para a Polícia Civil, que investigou o caso, os contratos, e-mails e mensagens trocadas entre os amigos esclarecem a situação. O sumiço de Bruno foi parte de um plano para garantir a divulgação do trabalho deixado por ele, informou na época o delegado Alcino Souza Júnior.