Dezenas de famílias carentes da Capital estão sendo beneficiadas com uma espécie de greve, declarada por apenados da Penitenciária Federal de Porto Velho, em razão do rigor nos procedimentos de segurança no local. As doações começaram a ser realizadas na segunda-feira.
De acordo com a direção da Penitenciária, os presos reclamam principalmente da suspensão da visita com contato físico. O contato com as visitas agora ocorre em parlatório, via telefone, integralmente monitorado pelos agentes federais.
A entrega dos alimentos às famílias carentes está sendo realizada pelos agentes federais de execução penal em uma vila que fica próxima à Penitenciária Federal. Na terça-feira, os moradores receberam 75 marmitas, 70 pães e 70 frutas. Na segunda-feira foram entregues 148 marmitas, além dos pães e frutas. A ideia é evitar que a comida seja desperdiçada.
Creuza Raimunda, 57 anos, catadora de produtos recicláveis, esteve ontem na ação realizada pelos agentes. Ela elogiou a iniciativa e disse que a comida é de boa qualidade, atendendo dezenas de famílias.
A recicladora Raimunda Gonzaga de Araújo, 45 anos, também esteve ontem recebendo os alimentos doados pela Penitenciária Federal. Ela contou aos agentes que a comida veio em boa hora para muitas pessoas que moram na Vila Princesa.
No dia 29 de maio, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) determinou a suspensão das visitas íntimas e sociais dos presos que estão nas prisões federais. A medida visa reduzir a atuação dos líderes das facções que utilizam seus familiares (e os dos outros presos) para continuarem enviando ordens para fora da prisão. Segundo a investigação da Polícia Federal, entre os crimes estão os assassinatos de profissionais da segurança. Para evitar novos crimes com ordens a partir das prisões federais, a suspensão do contato com visitantes foi renovada em 18 de junho.
Fonte: Rondoniagora