Segundo consta na bibliografia que versa a respeito da temática , a referida festa teve início no século XIX, para atender aos anseios religiosos das populações locais, com a finalidade de manter acesa a chama da fé das pessoas que, possivelmente, não tinham a quem recorrer espiritualmente. Por isso, essa ocorrência histórico-religiosa transformou-se numa das mais expressivas referências de manifestação da cultura imaterial do Estado de Rondônia.
A Festa do Divino Espírito Santo realizada nas comunidades ribeirinhas no Município de Pimenteiras do Oeste consiste em uma manifestação cultural de caráter religioso coletivo, feita pelos populares e devotos que fazem do Divino um símbolo de devoção para as comunidades quilombolas do Vale do Guaporé.
A centenária festa do Divino no Vale do Guaporé inclui romaria, procissão, missa, batizados, novenas, danças, bebidas, comidas, promessas, devoção e veneração aos símbolos da festa (Coroa, Cetro, Bandeira e Mastro), dentre outras manifestações da cultura imaterial.
A Festa do Divino celebrada na comunidade de Pimenteiras, inicia-se na sede da Igreja Matriz (uma das mais antigas de Rondônia), e de lá se torna uma festa religiosa móvel, partindo em cortejos fluviais e terrestres (Brasil e Bolívia) pelas comunidades às margens do Vale do Guaporé. Para os habitantes locais, todo o percurso da festa transformou-se em um espaço sagrado, pois lá é o lugar escolhido para acontecerem os ritos e manifestações religiosas variadas que ligam o “homem terreno” ao “corpo celeste”
Neste sábado, 22, mais de cinco mil pessoas estarão arribando ao município. A chegada do batelão está programada para às 16 horas. Esta é a 123ª edição, e seu percurso já durou 45 dias.
Não se pode esquecer que o Estado também tem apresentado interesses de ordem política e econômica na Festa do Divino, pois considera o evento uma oportunidade para divulgar o turismo religioso do estado para o Brasil, e também como forma de pulverizar a ação política. Para tanto, investe maciçamente em material de divulgação para vender a imagem dos festejos tradicionais de Rondônia.
Texto e fotos: Osias Labajos