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Barranco cede em Porto Velho e oito famílias têm casas interditadas


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Moradores resistem em sair das casas alegando não ter para onde ir.

Triângulo é um dos bairros mais tradicionais de Porto Velho.

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Oito casas, quase todas funcionando como pontos comerciais, foram interditadas pela Defesa Civil de Porto Velho, na tarde desta quarta-feira (11), no Triângulo – depois que um barranco do Bairro Triângulo cedeu e um imóvel de dois pisos teve parte da estrutura comprometida.

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As residências, a maioria em estado precário de conservação, estão localizadas à beira de um canal que, segundo os moradores, foi aberto pela prefeitura para minimizar a vazão do rio Madeira.

“Não estávamos em área de risco, foi a abertura desse canal que gerou toda essa crise”, reclamou o comerciante Erivaldo Alves, que há 20 anos reside na região, a poucos metros do Rio Madeira.

O coordenador da Defesa Civil Municipal, Marcelo Santos, disse que as casas já eram consideradas inadequadas para moradia e que todas as famílias atingidas foram cadastradas pela prefeitura. Alguns moradores, de acordo com Marcelo, já receberam indenização e outros foram contemplados com novas unidades habitacionais.

“Essas pessoas, a maioria, estão em ocupação ilegal. São famílias que estão cadastradas para ganhar casas novas”, explicou.

O comerciante Erivaldo Alves, o autônomo Manoel Genoilson e o chapa Uanderson Gino, que representam três das famílias que tiveram as casas interditadas nesta quarta pela Defesa Civil, confirmaram que foram cadastrados pela prefeitura, mas alegam que, desde o cadastramento, ainda no mandado do então prefeito Roberto Sobrinho, nunca mais foram contatados pelo município.

“O cadastro foi feito e mais nada”, lamentou Manoel. “Estamos esquecidos, só lembraram da gente porque o barranco que a própria prefeitura fez está engolindo nossas casas”, disse em tom de revolta o Erivaldo Alves.

Apesar das reclamações dos moradores, o coordenador da Defesa Civil insistiu para o risco de desmoronamento das casas e interditou a região e colocou fitas amarelas e placas de alerta.

Segundo ele, o canal feito para amenizar os efeitos das enchentes não está surtindo o efeito esperado e, por conta disso, o risco de novos desbarrancamentos é iminente.

Os moradores acreditam que se o canal for refeito, de modo a operar satisfatoriamente, esse risco de desabamento diminua, mas a Defesa Civil descarta essa hipótese.

“A água está infiltrando no solo, fazendo com que toda a área fique instável”, alerta Marcelo Santos. Como saída para o problema, sem que as famílias tenham que abandonar suas casas, alguns moradores sugeriram a construção de uma barreira de contenção feita de concreto e pedras. “Pode ser uma saída”, sugeriu.

Enquanto o impasse não é resolvido, os moradores permanecem nas casas, mesmo sob interdição Municipal. “Por enquanto, não temos como obrigar a saída, nós orientamos e falamos do risco da permanência, mas, se não houver outra opção, teremos que retirá-los por uso da força, pelo bem deles”, salientou Marcelo Santos.

Segundo a prefeitura, neste ano, mais de 10 mil casas serão entregues às comunidades carentes e as que vivem em situação de risco, como as do bairro Triângulo.

 

G1

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