Uma ação conjunta entre a Polícia Federal e o Ministério Público Estadual resultou na prisão preventiva do prefeito do município de Vilhena, José Luiz Rover (PP), na manhã desta quinta-feira, 10 de novembro, por diversos crimes.
O operação denominada “Áugias” que é um desdobramento de outras operações deflagradas pela Polícia Federal em 2015 – Stigma e 2016 – Ficus, visa desarticular um esquema de propina de lavagem e lavagem de dinheiro dentro da prefeitura de Vilhena, envolvendo o mandatário municipal.
Desde as primeiras horas da manhã, agentes federais cumpriram vários mandados de busca e apreensão de documentos, no gabinete e na residência do Rover, assim como mandados de sequestros de bens incluindo imóveis, contas bancárias, veículos, estabelecimentos comerciais e até dois hotéis em nome de parentes do prefeito municipal, além-claro da prisão preventiva do Rover, que foi preso na sua residência em Vilhena.
Durante coletiva à imprensa local, o Promotor de Justiça – Elício de Almeida e Silva, o Delegado Regional da PF – Flori Cordeiro de Miranda Junior e o Procurador Geral de Justiça – Claudio Cláudio Wolff Harger, comentaram um pouco sobre a operação que levou a prisão do prefeito de Vilhena.
Desde 2015 o Ministério Público do Estado, por meio da promotoria de justiça de Vilhena, Polícia Federal e o Ministério Público Federal – MPF passaram a investigar crimes contra a administração no âmbito da administração municipal de Vilhena e, conforme o Procurador de Justiça, na medida que surgiram evidências da participação do prefeito que detêm foro especial perante o Tribunal de Justiça de Rondônia, o grupo de apoio de combate ao crime organizado passou à frente da investigação a qual culminou na prisão do mandatário nesta manhã (10).
De acordo com Procurador, Rover enquanto no cargo estava de posse de provas de interesse da investigação e que devido a isso e junto ao desvio de recursos e pagamento de propina, houve a necessidade de afastá-lo do cargo de prefeito. “Rover era o chefe da organização criminosa e responderá pelos crimes de falsidade ideológica, fraude à licitação, lavagem de capitais corrupção passiva, crime de responsabilidade, entre outros”, disse Cláudio Wolff Harger.
No mesmo sentido, o Delegado da PF, Flori Cordeiro informou que a nova operação é decorrência de operações anteriores e, que na medida do envolvimento do prefeito em vários crimes, tanto a PF quanto o MPE começaram a buscar provas para assim responsabilizar o prefeito José Luiz Rover, o que levou à operação de hoje cedo.
Quanto ao mandado de sequestro de bens, Flori esclareceu que o sequestro dos bens é conforme ao que já foi apurado nas investigações como recebimento de propina, mas que o valor poderá ser majorado já que as operações ainda continuam e o objetivo é ressarcir o dinheiro desviado aos cofres públicos. “Basicamente a prefeitura municipal de Vilhena não contrata e nem paga ninguém sem que se devolva uma porcentagem de propina do sujeito efetivando o serviço. Assim o esquema envolvia três núcleos, Secretaria de Obras, Secretaria de Comunicação e uma empresa de prestação de serviços de informática”, diz o Delegado Flori.
Flori também frisou que o valor de propinas pagas já chega a quase cinco milhões de reais e que conforme vão se apurando os fatos novas operações irão acontecer.
No que se refere ao esquema de loteamento que já levou vereadores à prisão, o Procurador afirmou que o prefeito não está vinculado nesse esquema, mas que conforme ocorrem as investigações, surgem muitas pistas.
Ao encerrarem a coletiva, o Delegado comentou que o prefeito irá ser encaminhado a Porto Velho.
Texto e foto: Redação