Vilhena vive provavelmente o pior momento político de toda a sua história. A Câmara Municipal da cidade ficou de cabeça para baixo assim que boa parte de seus membros acabou destituída dos cargos por conta de desdobramentos de investigações perpetradas pela Polícia Federal.
O Ministério Público de Rondônia (MP/RO), através de denúncia apresentada pelo promotor de Justiça Elício de Almeida e Silva ao Poder Judiciário, esmiuçou a conduta de cada um dos edis envolvidos num escandaloso esquema de corrupção. Além de corrupção passiva, todos eles são acusados de cometer o crime de lavagem de dinheiro. Os vereadores já foram afastados do exercício da função.
São eles: José Garcia da Silva; Vanderlei Amauri Graebin; Angelo Mariano Donadon Júnior – ‘Júnior Donadon’; Maria Marta José Moreia, a ‘Marta Moreira; Carmozino Alves Moreira e Jaldemiro Dedé Moreira, o ‘Jairo Peixoto’. Dois deles, Jairo Peixoto e Marta Moreira, são considerados foragidos da justiça. Já o empresário João Carlos de Freitas, que não é vereador, mas é considerado pivô de todo esquema descoberto pelas autoridades, responderá por corrupção ativa.
Pelos menos seis representantes do Poder Legislativo mirim teriam recebido propina através de ‘laranjas’: cheques e até mesmo lotes distribuídos no Residencial Cidade Verde, de propriedade de Freitas, teriam sido utilizados para satisfazer as vontades deste.
Foi durante esta legislatura, aproximadamente entre os anos 2012 a 2014 ainda segundo o MP/RO, que os vereadores acusados passaram a solicitar e receber vantagem indevida em razão dos cargos que ocupavam. A condição para que projetos de autorização/regularização de loteamentos – de interesse do empresário João Carlos de Freitas – tramitassem e fossem aprovados de maneira célere era justamente o recebimento do dinheiro ilícito.
Nas tabelas abaixo, o promotor destaca valores, o beneficiado e o respectivo ‘laranja’ utilizado para o recebimento. O primeiro quadro diz respeito aos cheques; o segundo, aos lotes concedidos por Freitas à vereança.