Rondônia conta atualmente 120 mil propriedades rurais, é o sétimo maior rebanho do país com 13,1 milhões de bovinos e bubalinos
As razões que levaram à redução do preço da arroba do boi, em Rondônia que afetou o setor produtivo e, consequentemente, os impactos nas receitas estaduais de mais R$ 1 bilhão serão debatidas entre pecuaristas, representantes do poder executivo e legislativo e proprietários de frigoríficos do Estado, nesta terça-feira no Grito da Pecuária no Parque de Exposições Hermínio Victorelli. Na ocasião haverá uma prestação de contas das ações realizadas e resultados alcançados, a agenda positiva do movimento e assuntos de interesse da categoria.
O evento que já cumpriu agenda nas principais cidades do eixo da BR, levando como pauta o retorno da política de preços adotada até o ano passado, quando a diferença da arroba vendida em Rondônia e em São Paulo era de até 10%. Pecuaristas alertam que a manutenção do preço de carne em Rondônia no atual patamar causara um prejuízo de aproximadamente R$ 1 bilhão neste ano, gerando sérios danos ao setor do agronegócio, que segundo eles representa 50% do Produto Intero Bruto do Estado.
Para o diretor da Associação Rural de Rondônia (ARR), Sergio Ferreira é preciso consenso e entendimento entre as classes sobre os valores praticados no Estado. “É o momento é de união, de somarmos forças para enfrentarmos o desafio de valorizar a nossa carne, que tem alta qualidade, é livre da aftosa, mas tem um preço abaixo de outros mercados, gerando um prejuízo astronômico a nossa economia”, comentou.
Sergio destacou ainda, que o movimento não é temporário, e serão elencados outros obstáculos que o setor do agronegócio vem sofrendo; “como por exemplo regularização fundiária,ambiental e invasões de propriedades, de certa forma avançamos e conseguimos evitar baixa do valor da arroba mais acentuada”, detalhou.
O Estado que muito investiu em campanhas de vacinação, melhoria da genética, pastagem e nutrição animal, sofreu um retrocesso o valor do preço a arroba, o que não é reconhecido por proprietários de frigoríficos e alguns segmentos e órgãos federais. A proposta é que haja uma valorização, para que os prejuízos não sejam ainda maiores, pois até pouco tempo havia em torno de 19 plantas frigoríficas fazendo abate e atualmente restam apenas 11. Só nesse inicio de ano o prejuízo estimado foi de mais de R$ 600 milhões na economia do Estado
Diante da crise, que se adivinha o governador Confúcio Moura chegou a citar durante algumas reuniões do Grito da Pecuária há existência de Cartel, tanto que a Assembléia Legislativa instaurou a CPI do Boi. Segundo ele, causou estranheza o fato de que, em junho de 2015, todos os frigoríficos passaram a pagar preços alinhados, bem abaixo do praticado até então. Ele ainda defendeu o restabelecimento dos valores, ainda que com diferença de até 10% em relação ao pago pela carne bovina de São Paulo, como sempre ocorreu.
Fonte: Nilson Neves