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Uso regular de narguilé e tabaco podem ter sido causa da morte de jovem de 18 anos


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As causas da morte podem ter sido várias, infecção por bactérias, fungos, vírus, intoxicação pelo produto, estão entre as hipóteses. A sorologia posterior vai dizer qual foi à causa

Na manhã da sexta-feira, 15, foi realizada uma coletiva de imprensa no auditório do Hospital Regional de Vilhena, onde alguns médicos se reuniram para prestar esclarecimentos sobre o falecimento do jovem Rafael Bristotti, de apenas 18 anos.

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Rafael que estava internado em estado gravíssimo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HRV com hemorragia pulmonar, veio a óbito na noite da quarta-feira, 13, após sofrer falência múltipla de órgãos.

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De acordo com informações, o jovem buscou atendimento no dia 05 de abril, porém, seguindo o protocolo de atendimento do Ministério da Saúde, recebeu apenas medicamento para tratar os sintomas apresentados, que no caso eram febre, dores no corpo e na cabeça e desde então passou a ir todos os dias, às vezes mais de uma vez por dia, e o atendimento era sempre o mesmo, segundo a família.

Na noite do dia 10, Rafael retornou ao hospital queixando-se dos mesmos sintomas, além de tosse, e seguindo o quadro normal da gripe que tem presença de febre por 4 a 5 dias, foi solicitado pelo médico de plantão um exame de sangue para investigar o motivo da temperatura irregular, já que Rafael ainda não apresentava dificuldade respiratória.

Durante o preenchimento do prontuário Rafael relatou fazer o uso regular do narguilé e tabaco, e segundo o médico André Oliveira de Carvalho, 1h de sessão do fumo equivale a 200 cigarros, sendo um dos fatores que podem ter comprometido a questão respiratória do rapaz, que naquela altura já escarrava sangue.

Diante disso, o jovem ficou em observação no hospital e foram solicitados outros exames, logo após, no dia 11, ele teve uma piora do quadro respiratório, apresentando hemorragia pulmonar e foi encaminhado pra UTI.

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Na terapia intensiva Rafael recebeu medicamento para tratar qualquer possibilidade de infecção. Ainda não se sabe o que causou o agravamento, as causas podem ter sido várias, infecção por bactérias, fungos, vírus, intoxicação pelo produto, estão entre as hipóteses. A sorologia posterior vai dizer qual foi à causa.

Rafael precisava de drogas para manter o coração batendo, os rins também estavam parando. “Mesmo com os parâmetros altos no aparelho ele não conseguiu fazer a troca gasosa”, disse Carvalho. A oxigenação já não era suficiente para o corpo o que causou a morte do rapaz.

“Infelizmente o rapaz não respondeu aos remédios e evoluiu com falência múltipla de órgãos”, declarou o médico.

Houve relatos de que na noite em que Rafael morreu a usina de oxigênio do hospital teve problemas e teria sido esse o motivo da morte do rapaz, porém, o médico André esclareceu que “faltou oxigenação no paciente, não no hospital”.

Segundo André, houve uma queda na usina de oxigênio, responsável por produzir oxigênio e mandar para UTI e pronto socorro, mas um alarme avisa quando a pressão desse ar é reduzida, e são acionados manualmente, através de válvulas, 8 torpedos destinados à emergência. “Ele não chega parar a rede, quando diminuiu a pressão, as válvulas são acionadas e mantém o fluxo na rede de oxigenação”, afirma. Além do fato de haver balas de oxigênio na UTI para qualquer tipo de emergência.

De acordo com o médico, o tratamento da hemorragia pulmonar foi feito da melhor forma, a medicação que Rafael precisava foi utilizada, e recebeu também suporte respiratório com aparelho, porém, ele não respondeu ao tratamento e o que mais complicou seu quadro foi a troca gasosa, “mesmo com todo o equipamento o organismo dele não absorvia o oxigênio”.

A família aponta negligência médica por parte da primeira profissional que atendeu o rapaz, por ter negado atendimento necessário por ele ser fumante, alegando que se os médicos tivessem notado sua constante ida ao hospital e que os sintomas não estavam diminuindo o desfecho da história seria diferente. “Os dois serão responsabilizados pelo que aconteceu”, comentou uma familiar sobre o diretor e a médica que atendeu Rafael inicialmente.

Porém, André esclareceu que “a investigação normalmente é feita em ambulatório, se o paciente tem uma febre e não é emergência é encaminhado para atenção básica, onde irão acompanhar esse paciente. A conduta do pronto socorro é a cuidar dos sintomas visíveis, apenas tratamento paliativo, o que vai de acordo com o quadro do paciente”.

O H1N1 é rápido, e de início apresenta sintomas da gripe com tosse seca, coriza, febre, porém, evolui rapidamente para falta de ar, isso pode acontecer em apenas algumas horas.

Os pacientes que apresentam os mesmo sintomas são isolados juntos, atualmente há vários casos suspeitos de H1N1 no hospital, mas a grande maioria teve alta com a medicação e no caso dos óbitos, aguarda-se o resultado dos exames para comprovar, ou não, a presença do vírus. “Até o momento nenhum caso foi confirmado, mas o sinal de alerta é muito maior neste ano”, afirma Carvalho.

No Brasil já foram confirmados 102 óbitos só nos 3 primeiros meses deste ano. Apesar da atual situação da saúde vilhenense, o hospital tem sim capacidade para combater casos de H1N1, já que a medicação utilizada para o tratamento da doença é o Tamiflu e está disponível na farmácia da unidade.

Em setembro do último ano, 2015, houve um óbito de um rapaz de 24 anos, que apresentou os mesmos sintomas que Rafael, também era usuário de narguilé e não tinha nenhuma outra doença que pudesse comprometer sua saúde. Os médicos não descartam a possibilidade de morte pelo uso do cigarro.

 

Texto e fotos: Sabrina Mathias

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