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Universitários que usaram creolina em trote são suspensos de faculdade


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Jovem atingido por produtos químicos teve várias queimaduras nas costas (Foto: Eliete Marques/ G1)
Jovem atingido por produtos químicos teve várias queimaduras nas costas (Foto: Eliete Marques/ G1)

Quinze universitários suspeitos de terem jogado creolina e larvicida nos calouros de agronomia foram suspensos da faculdade em Vilhena (RO), no Sul de Rondônia. Durante o trote aplicado no último dia 15 de fevereiro,  seis pessoas tiveram queimaduras graves pelo corpo por causa dos produtos químicos e precisaram de atendimento médico. De acordo com a Faculdade da Amazônia (Fama), os acadêmicos que machucaram os colegas com a brincadeira estão proibidos de frequentar a instituição por dez dias.

De acordo com a diretora acadêmica da Fama, Marcela Machado, um processo administrativo disciplinar foi instaurado para apurar o caso. Ela ressalta que a faculdade está colaborando com a polícia e irá disponibilizar as imagens do circuito de segurança e documentos com as providências internas.

“A primeira medida da faculdade foi suspender os alunos suspeitos, para que não têm contato com os calouros. Nesta segunda-feira (22) os suspeitos começaram a ser ouvidos pela comissão disciplinar permanente. A punição, que pode chegar a expulsão, irá depender do resultado dessa comissão. A instituição está dando todo suporte psicopedagógico e ofereceu um advogado às vítimas”, conclui.

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Investigação
De acordo com a Delegacia de Polícia Civil, até semana passada, cinco jovens tinham registrado boletim de ocorrência em virtude do trote. Na manhã desta segunda, as vítimas começara a ser ouvidas na delegacia.  “Estamos organizando os boletins em um único procedimento. Estamos no aguardo do laudo do Instituto Médico Legal (IML), mas já temos a lista dos suspeitos, e vídeos. Trabalhamos para identificar os autores e qualifica-los por lesão corporal”, explica o delegado responsável pelo caso, Núbio de Oliveira.

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Tinta automotiva
Com queimaduras nas costas e ombro, a caloura de agronomia, Gabriela Karina Kerber, de 21 anos, é umas das vítimas que registrou boletim de ocorrência sobre o trote violento.

Em entrevista ao G1 na quarta-feira (17), Gabriela diz que os veteranos usaram tinta automotiva, larvicida e creolina na brincadeira. “Não esperava que seria dessa forma. Aceitei participar de um trote normal. Eles entraram na sala e disseram para nós que iria ser um trote, mas que não iria ter agressão, e não iria ter sangue. Começaram a pintar as mãos e o pés. Depois começaram jogar um liquido na gente”, lembra.

Composição
Segundo a bula do larvicida, o produto usado no trote é recomendado apenas para o tratamento de bicheiras em animais, provocadas por larvas ou ferimentos externos. A inalação do mesmo é proibida, sendo vetado o uso em aves. O produto também é altamente inflamável.

Já a creolina é usada em limpeza ou na dissolvia de produtos químicos, como desinfetantes.

Atendimentos médicos
Após o trote, seis jovens procuraram atendimento médico em hospitais do município com queimaduras pelo corpo. A caloura Kelissa Luila Pereira Rodrigues, de 19 anos, sofreu lesões no ombro e braço. “Disseram para gente que iria ser uma brincadeira com tinta. Quando estávamos cheios de tinta, eles começaram a jogar um produto químico na gente, que começou a queimar e a arder. Foi muita dor”, relata.

Já o calouro Lucas Ribeiro Boehm, de 17 anos, ficou internado em um hospital particular da cidade, com queimaduras de primeiro grau nas costas, ombro e tórax. “Jogaram lepecid com creolina e, na hora que bateu no corpo, começou a queimar. Senti muita dor. Comecei a pular e não parava a dor. Nesse momento corri para o banheiro. Ardia muito. Fiquei meio tonto, quase desmaiei, e um amigo me trouxe para o hospital”, relatou.

Posicionamento
Na semana passada, a Faculdade da Amazônia divulgou nota repudiando o trote aplicado pelos calouros de agronomia. Segundo a instituição, brincadeiras violentas são proibidas dentro da faculdade  e que “a responsabilidade de cada aluno veterano será rigorosamente apurada, através de Processo Administrativo Disciplinar, que já foi instaurado, a fim de que a cada acadêmico veterano envolvido sejam aplicadas as penalidades administrativas cabíveis, que vão desde a suspensão até a expulsão”.

 

Fonte: G1/RO

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