Oito pessoas foram presas em flagrante nesta sexta-feira (20) extraindo madeira ilegal de dentro da Floresta Nacional Jamari, Unidade de Conservação (UC) de Rondônia equivalente a 223 mil campos de futebol. Além de madeireiros, dois tratores, rádios amadores e várias toras de madeiras foram apreendidas na reserva.
As prisões dos madeireiros aconteceram em uma operação conjunta realizada nesta sexta-feira por fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Operações Especiais da Polícia Militar.
De acordo com Ronilson Vasconcelos, fiscal do ICMBio, os homens detidos podem fazer parte de uma quadrilha especializada na extração de madeira nobre, tanto em reservas federais quanto estaduais. “Muito claro que existe sim uma organização criminosa trabalhando no estado, principalmente no Vale do Jamari, para roubar madeira de reservas e até propriedades privadas”, diz.
A extração ilegal de madeira nobre é o furto de madeira sob encomenda, isto é, os madeireiros procuram apenas espécies de maior valor econômico para retirar da floresta. Enquanto uma equipe fez uma varredura dentro da reserva por terra, outra equipe sobrevoou a Floresta Nacional Jamari com um helicóptero.
Dentro da UC, que fica localizada entre os municípios de Cujubim (RO) e Itapuã do Oeste (RO), os fiscais encontraram dois tratores escondidos no meio da mata. De acordo com o ICMBio, o maquinário, que tinha rádios amadores com alcance para 60 quilômetros, era utilizado para derrubar, abrir clareiras e arrastar toras de madeiras dentro da mata.
Segundo Aquilas Mascarenhas, chefe da Flona Jamari/ICMBIo, os tratores podem ter sido abandonados após os madeireiros terem sido alertados sobre a presença das autoridades na reserva. “A gente está lutando aqui contra quadrilhas especializadas no furto de madeira. São pessoas contratadas pela indústria madeireira e que trabalham por encomenda. Eles são altamente aparelhados, com sistemas avançados de rádio comunicação, ou seja, um trabalho coordenado que dificulta nossa fiscalização”, afirma.
Depois de serem apreendidos, os tratores encontrados na mata devem ser queimados pelos fiscais do Ibama.
G1