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Por amor, professora de 62 anos continua lecionando em Guajará-Mirim


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Professora Rosalina Reis é considerada pelos alunos como a segunda mãe (Foto: Júnior Freitas/G1)

Ela começou como educadora em 1984, na Escola Capitão Godoy. Professora diz ter lecionado para mais de 2 mil alunos na cidade

“A missão de transmitir conhecimentos, educar e formar cidadãos é a paixão da minha vida, o que me motiva a trabalhar todo dia com alegria e amor”, diz Rosalina Reis, de 62 anos, professora há 32 anos. A educadora teve o direito à aposentadoria sete anos atrás, mas por amor à profissão ainda encontra motivação diária para trabalhar 40 horas semanais na Escola Estadual Durvalina Estilbem de Oliveira, em Guajará-Mirim (RO), a 330 quilômetros de Porto Velho.

Rosalina nasceu na Vila de Santa Cruz do Rio Guaporé e veio morar na cidade aos 12 anos. A carreira de educadora iniciou aos 31 anos, em 1984, na escola Capitão Godoy. Atualmente atende apenas uma turma do 3º ano do ensino fundamental e leciona sete disciplinas, no período vespertino. Durante a manhã é responsável pela manutenção e organização de horários da sala de vídeo.

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A professora acredita que a evasão de profissionais da Educação se deve ao baixo salário e a desvalorização do educador, perante a sociedade brasileira. “É claro que trabalho para ganhar meu dinheiro e pagar minhas contas. Mas não estou aqui todo dia por causa do salário, que é baixo por sinal. Mas sinto prazer no que eu faço e isso me motiva a continuar”, afirmou.

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Em homenagem ao Dia do Professor que é comemorado em 15 de outubro, os 14 alunos da terceira série fizeram uma dedicatória e cantaram parabéns a mestre. “Gostamos muito dela, é nossa segunda mãe. Ela ensina muita coisa boa e sempre trata a gente com carinho. Amamos muito nossa professora e não queremos que ela nos abandone nunca”, declarou a aluna Ágatha Horrana, de oito anos.

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A minha motivação vem do prazer de ensinar, contou a professora Rosalina. (Foto: Júnior Freitas/G1)

A lembrança mais marcante foi o presente que recebeu de um aluno da escola Almirante Tamandaré, na década de 80. Um quadro com uma pintura japonesa, que segundo ela foi um dos fatos mais emocionantes e que já viveu em sala de aula. “Não lembro o nome dele, nem o ano, mas ele disse que eu jamais esqueceria daquele presente. Disse-me que perfume acaba, roupa envelhece, rosas murcham, então iria me dar um quadro porque iria durar muito tempo e toda vez que eu olhasse iria lembrar que fui amada por meus alunos”, relembrou emocionada.

Ao longo de 32 anos de carreira, Rosalina relatou que já teve mais de 2 mil alunos em Guajará-Mirim, aldeias indígenas e zona rural. Apesar de começar os estudos com 12 anos, conseguiu aprender rapidamente e logo se alfabetizar. “Me sinto gloriosa, importante por ter ajudado na educação de tanta gente. Não tive uma infância fácil, mas com esforço aprendi a ler e escrever”, declarou.

Para a diretora da escola, Cecília Cavalcante, a professora é um exemplo de profissionalismo e comprometimento com a função que exerce há mais de 30 anos. “O primeiro nome é Rosalina, o sobrenome é dedicação. Me sinto lisonjeada de conviver no ambiente de trabalho com alguém tão especial e focada no que faz, ela é um exemplo”, concluiu a diretora.

G1

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