A Associação Comercial e Empresarial de Vilhena (ACIV) e a Sicoob Credisul promoveram evento conjunto para comemorarem o aniversário das duas entidades vilhenenses. Presidida por Josemário Secco a ACIV completa 34 anos de atividade neste mês de outubro. Já a Sicoob comemora 16 anos de fundação no mês de novembro.
O evento comemorativo ocorreu neste domingo, 25, na sede social da ACIV, e reuniu cerca de 1.100 pessoas, entre cooperados da Sicoob Credisul e associados da ACIV e seus funcionários. “Agradecemos a todos que estiveram prestigiando o evento e aqueles que nos ajudaram para que essa iniciativa pudesse dar certo”, comentou Josemário Secco.
Durante o evento foi destacada a importância das duas instituições para o desenvolvimento de Vilhena e da região. O diretor presidente da Sicoob Credisul, Ivan Capra, discursou sobre a atuação da cooperativa de crédito vilhenense em Vilhena e nas cidades onde tem agências. “Queremos aqui, ressaltar a força do associativismo e da parceria entre a ACIV e a Sicoob”, disse.
Em seguida o presidente da ACIV relatou como é estar na presidência de uma associação que é destaque e referencia para a sociedade e fez uma breve retrospectiva dos 34 anos de atuação da entidade.
Momento econômico e político
Após o evento, o presidente da ACIV também fez uma análise do panorama econômico e político de Vilhena, ressaltando que apesar do momento festivo e do sucesso das duas entidades, elas vivem uma realidade muito diferente da gestão política do município que tem convivido nos últimos meses com escândalos, prisões, falta de dinheiro na saúde, educação e demais setores.
“Lamentamos que em 2011 o então presidente da ACIV, José Ivanildo de Araujo, tentou uma aproximação com o poder público para auxiliar a administração municipal com parceira, ideias e planejamentos, o que não foi aceito pelo prefeito. Naquela época a ACIV elaborou uma carta aberta à sociedade alertando sobre os problemas que o município enfrentava e as possíveis consequências que poderiam advir da falta de gestão no município. Erramos no diagnóstico, pois o desenrolar dos desmandos na gestão municipal foi muito pior do que imaginamos na época”, pondera Josemário.
CONFIRA A CARTA ABERTA EMITIDA PELA ACIV EM 2011
No próximo dia 23/11 o município de Vilhena comemora 33 anos de criação. Uma história de conquistas que se confunde com a história de duas outras entidades: a ACIV (Associação Comercial e Industrial de Vilhena) e o Sindicato dos Produtores Rurais de Vilhena, que neste mês completam 29 e 30 anos de fundação, respectivamente. Duas entidades que foram fundamentais para consolidar as conquistas do município, que se converteram em melhorias para o povo de Vilhena.
Mas infelizmente, temos que abrir um parêntese neste momento de festa e comemoração, para refletirmos sobre os problemas que assombram o futuro promissor de nosso município. Sim, temos problemas e muitos. Problemas antigos que precisam ser resolvidos o quanto antes para que tudo o que foi conquistado até agora em termos de desenvolvimento econômico e social, e qualidade de vida, não seja perdido.
E que problemas são esses? Trânsito deficiente, confuso e sem planejamento; Saneamento básico inexistente; Área de saúde deficiente e mal gerida; Falta de uma política séria de industrialização e geração de empregos, que vai desde a inexistência de um parque industrial legalizado e com infra-estrutura, passando pela falta de um conselho municipal de desenvolvimento e a falta de programas de qualificação de mão de obra, entre outros exemplos; Falta de corpo técnico na ocupação dos cargos de secretários e gestores públicos; Falta de transparência nas administrações públicas; Crescimento desorganizado das áreas de ocupação da cidade, que privilegia o crescimento horizontal em detrimento ao vertical, cujo processo do modelo adotado é mais oneroso ao poder público; Falta de um diagnóstico da produção municipal na área rural e urbana; Falta de investimentos na área rural, em setores cruciais como Saúde, Educação e Infraestrutura, para evitar o êxodo rural; e o principal deles: falta de diálogo do poder público com os setores produtivos.
Ao longo dos 33 anos de história do município a classe produtiva de Vilhena sempre foi subjugada pelo poder público. Assim, quem realmente conhece os problemas e como enfrentá-los fica impedido de ajudar. Ao pedir a palavra, o setor produtivo de Vilhena não quer apenas reclamar, expor as feridas do município, ou como dizem os adolescentes de hoje “espalhar o terror”. Queremos mais uma vez, como sempre fizemos, colocarmo-nos a disposição de nossos governantes para juntos podermos fazer muito mais por Vilhena. Queremos e temos como ajudar. Basta apenas que os egos sejam colocados de lado e a união por uma Vilhena melhor e maior seja um ideal colocado em primeiro plano.
Fonte: José Antonio Sant’Ana