A despedida do Vilhena da Série D do Campeonato Brasileiro está marcado para o próximo domingo,13, contra o Remo, em Belém, capital paraense. Porém, sem dinheiro e quase sem jogadores, os treinos estão suspensos e o time não tem certeza se viaja para cumprir tabela, já que não tem chances de classificação para a próxima fase. Ciente do caos que vive o Lobo do Cerrado, o técnico Marcos Birigui faz um apelo por patrocínio para que a equipe possa cumprir o último jogo do grupo A1 e em seguida os jogadores possam retornar para suas casas.
– Aquilo que nós prometemos a nossa torcida foi cumprido: que jogaríamos na frente deles contra o Nacional-AM. Esta seria a última partida desses jogadores. A nossa situação é crítica, só quem está aqui dentro sabe que é. Muita gente não acredita, mas não temos jogadores, não temos alimento, nós chegamos ao nosso limite. Essa semana não houve treinamento e, a não ser que apareça algo extra, alguém que queira patrocinar a gente para irmos para Belém, não temos como ir para o jogo. Os jogadores estão procurando passagem, indo atrás do presidente para ir embora para as suas casas porque o sofrimento é muito grande e ninguém aguenta mais sofrer – afirma Birigui.
Com uma campanha irregular, somando apenas seis pontos, o Vilhena perdeu patrocinadores e os salários dos jogadores estão atrasados cerca de quatro meses. Por uma denúncia na Justiça do Trabalho, o clube teve o acesso aos sistema da CBF para cadastro de novos jogadores bloqueado. Além disso, alguns atletas deixaram o time, como o atacante Cabixi e o volante Maxsuel. E no último jogo, quando empatou com o time amazonense, Tuquinha saiu machucado, Dourado foi expulso, e João Victor, apesar de ter entrado em campo, ainda está lesionado. Com isso, o plantel que já estava reduzido, caiu de 13 para 11 jogadores.
Muita gente não acredita, mas não temos jogadores, não temos alimento, nós chegamos ao nosso limite. A não ser que apareça algo extra, alguém que queira patrocinar a gente para irmos para Belém, não temos como ir para o jogo.
Marcos Birigui
– Hoje nós temos 11 jogadores, já contando com o garoto João que também está machucado. É um momento crítico. Alguns jogadores já estão tentando ir embora. Me parece que o Souza tem um carro próprio e está indo embora para Porto Velho, então ficaríamos com dez. Ninguém mais acredita no Vilhena e nós estamos tentando. Eu fiz de tudo para tentar sobreviver. Trabalhei sem salário, os jogadores estão todos aqui sem salário há mais de quatro meses e chegou no limite. Eles não querem mais passar por isso, chegar até Belém e depois ser abandonado – diz o treinador.
Sobre a viagem, Birigui diz que é praticamente certa a desistência, já que o grupo não tem dinheiro para alimentação. Na viagem até Boa Vista, segundo o técnico, o grupo fez um percurso que durou cerca de 24 horas.
– Eu pedi para a direção falar com o pessoal de Belém, estão vendendo ingresso e dificilmente os jogadores vão, só se aparecer um elemento muito novo. Se aparecer alguma novidade vamos tentar juntar os 11 para jogar, caso contrário encerrou aqui a nossa participação e vamos tentar agora viabilizar as passagens para a gente ir para as nossas casas. Eu estou pedindo comida, pedindo carne, arroz, feijão, alguns têm nos ajudado muito, mas nós estamos no limite. Não adianta fazer uma viagem dessa maneira, só se a gente conseguir patrocínio até amanhã. Aí eu vou tentar juntar esses jogadores que nem treinando estão mais para nós ir lá e honrarmos. Eu gostaria de fechar com chave de ouro jogando no Mangueirão para 40 mil pessoas. Infelizmente vai ser prejudicado tanto o Remo como o Vilhena – finaliza Birigui.
Fonte: Globoesporte.com