Apesar de todos os desabafos, nada foi solucionado no encontro
As servidoras relataram que não há material, nem medicação e o pouco que há é de má qualidade, uma vez que, as seringas estavam quebrando no momento de aplicar medicação nos pacientes
A reunião aconteceu na manhã desta terça-feira, 28 de julho, no auditório do Ministério Público de Vilhena, com o intuito de solucionar as intensas barreiras que vem ocorrendo dentro do Hospital Regional, na qual, os funcionários já não conseguem mais encontrar saídas para tantos problemas.
A desmesurada falta de funcionários no hospital já não é surpresa para os vilhenenses, uma vez que, diversos boletins de ocorrências já foram registrados na Delegacia de Polícia Civil do município, além de inúmeras matérias realizadas pela impressa local, revelando o verdadeiro descaso das autoridades responsáveis.
Na manhã deste dia 28, alguns servidores se deslocaram até o Ministério Público onde foram atendidos pelo Promotor do município Paulo Lermen, o Procurador Geral do município Carlos Eduardo, além do secretário de saúde Vivaldo Carneiro e o diretor do hospital regional Adilson Vieira Rodrigues. A reunião visava buscar respostas, pois segundo uma servidora que não quis se identificar, na última reunião realizada pela comissão responsável, as autoridades haviam dito que estariam estudando sobre as propostas reivindicadas pelos servidores.
Foram horas e horas de reclamações, em que os servidores relatavam todo o caos que o hospital vem enfrentando, com a falta de medicamentos, seringas, esparadrapos, fraudas geriátricas, soro, entre outros e também a falta de funcionários.
As servidoras relataram também a péssima qualidade dos materiais descartáveis, “já não temos quase nada, sempre falta esparadrapo, mas essa semana, as poucas seringas que tinham estavam quebrando na minha mão, na frente dos pacientes”, disse a servidora indignada.
Mas, o que mais está afetando os servidores é a falta de colegas para auxiliarem nos atendimentos aos pacientes internados. “Ficamos estressados, cansados fisicamente e psicologicamente. Tem noites que fica apenas uma técnica de enfermagem para dar conta de uma ala inteira, sozinha. E no outro dia, não aparece ninguém para entregar o plantão e você não pode ir embora, pois o ato pode ser considerado ‘abandono de incapaz’”, desabafou uma servidora. Afirmando ainda que tem servidoras fazendo mais de 24h de trabalho seguido, sem descanso, tendo que cuidar de todas as medicações, correndo o grande risco de realizar medicação errada.
Durante a reunião, uma acompanhante de paciente, que segundo ela, fez questão de estar presente, se pronunciou relatando tudo o que vem presenciando dentro do hospital, na ala onde sua mãe está internada. “Tem onze dias que estou acompanhando a minha mãe, e sinceramente, é muito triste o que vem acontecendo naquele lugar. Encontro funcionárias alegres, outras completamente estressadas, não as julgo, pois estou acompanhando o que está acontecendo há dias. As poucas servidoras que tem no local, vão tentando ministrar as tarefas. Essa noite tinha uma enfermeira ou técnica de enfermagem, pois não sei distinguir elas, mas só havia uma para atender os 38 leitos de pacientes”, disse a acompanhante, afirmando ainda que pôde perceber que as servidoras também trabalham sobre pressão, tanto do hospital, quanto dos acompanhantes que não entendem o que acontece lá dentro.
“A medicação da minha mãe era pra ser as 22h, a minha mãe só foi medicada 01h da manhã. Não por relaxo da servidora, porque eu fui atrás e pude ver, ela estava tentando medicar os outros tantos pacientes. Porém, qualquer leigo sabe que antibiótico não pode passar mais de duas horas de atraso”, disse a acompanhante Marciane.
Os servidores também cobraram uma posição salarial, mas o procurador do município afirmou que não há nenhuma resposta sobre o assunto, uma vez que o Brasil está em crise e que o Prefeito Zé Rover também não pode se posicionar no momento.
As cozinheiras também reclamaram sobre a falta de funcionárias no setor, além da falta de nutricionistas, alegando que ultimamente, as próprias cozinheiras estão perguntando aos pacientes se são hipertensos, diabéticos entre outros motivos, para saber qual alimentação devem entregar aos mesmos.
O secretário de saúde, Vivaldo Carneiro alegou que estava de férias e que somente agora estava se inteirando sobre os fatos, afirmando que tomaria providências.
, sendo marcada outra reunião para a próxima quinta-feira, onde iriam discutir sobre a contratação dos novos servidores, melhores condições de trabalho e sobre a falta de medicamentos.
Texto e Fotos: Redação