Todas as unidades de Saúde do Estado de baixa, média e alta complexidade já podem contar com o diagnóstico microbiológico (cultura) para confirmar casos de difteria. O anúncio foi feito esta semana pelo diretor-geral do Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen), Luiz Tagliani.
De acordo com o diretor, o Lacen é único laboratório do Estado que no momento realiza esse tipo de serviço. Ele afirma que será entregue kits para coleta do material biológico para qualquer unidade de Saúde que o solicitar, gratuitamente, bem como treinamento para os profissionais que atuam diretamente no atendimento aos pacientes.
Tagliani diz que o kit consiste em dois tubos com meio de cultura PAI e dois swabs (orofaringe e nasofaringe). A difteria é uma doença de notificação compulsória que tem afetado muitas pessoas em todo o Brasil, mesmo em pessoas já vacinadas. E pode levar a quadros de infecção nasofaringe (garganta) ou a lesões de pele e até sepse (condição com risco de vida, quando uma bactéria ou vírus entra na corrente sanguínea).
Segundo Luiz Tagliani, anteriormente o diagnóstico da difteria ocorria através de exame clínico, não havendo apoio laboratorial para a confirmação dos casos, por isso não há dados de casos de difteria no Estado.
O QUE É A DOENÇA
A difteria é uma doença respiratória infectocontagiosa, causada pelo bacilo Corynebacterium diphtheriae que se instala nas amídalas, faringe, laringe, nariz e, em alguns casos, nas mucosas e na pele.
A transmissão ocorre pelo contato direto com a pessoa doente ou com portadores assintomáticos da bactéria, através de gotículas eliminadas pela tosse, pelo espirro e ao falar, ou pelo contato com as lesões cutâneas.
A enfermidade é mais prevalente na infância. Em geral, se manifesta depois de resfriados e gripes nas crianças que não foram imunizadas. No entanto, também pode acometer adultos que não foram vacinados.
SINTOMAS
O sintoma típico da difteria é o aparecimento de placas pseudomembranosas, acinzentadas e firmes nas amídalas e órgãos adjacentes. Sensação de mal-estar, dor de garganta, febre, corrimento nasal, gânglios linfáticos inflamados e manchas avermelhadas na pele são outros sintomas possíveis da doença. Edema de pescoço, toxemia, prostração e asfixia mecânica são sinais que sugerem o agravamento da infecção.
A inflamação da epiglote, válvula situada na parte superior da laringe, que fecha a glote no momento da deglutição, pode provocar a súbita obstrução das vias aéreas, com consequências bastante graves para o paciente. Por isso é preciso estar atento. Crianças com a epiglote inflamada ficam muito abatidas, com os lábios ligeiramente azulados, têm febre alta e, às vezes, dificuldade para deitar-se ou engolir saliva.
Os sintomas da difteria se agravam à noite. Em geral, a criança acorda durante a madrugada. Sua respiração, nesse momento, é estranha: a inspiração é marcada por um chiado estridente e a expiração por tosse áspera.
Miocardite (arritmia e insuficiência cardíaca), neuropatia (visão dupla, fala com tom nasal), dificuldade para engolir, paralisia) e insuficiência renal são complicações graves que podem ocorrer em qualquer fase da doença.
VACINA
Receber a vacina tríplice bacteriana (DTP) contra a difteria, tétano e coqueluche é fundamental para a prevenção das três enfermidades. Essa faz parte do calendário oficial de vacinação e deve ser administrada aos dois, quatro e seis meses de vida e depois uma dose de reforço entre os 14 e os 18 meses e outra entre os quatro e os seis anos da criança. A DTP não confere imunização definitiva. Por isso, a vacinação deve ser repetida a cada dez anos.
Decom