O ministro do STF Teori Zavascki autorizou nesta quarta-feira (27) a quebra do sigilo telefônico do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), dentro das investigações da Operação Lava Jato. Também foram atingidos pela medida uma assessora dele, o doleiro Alberto Youssef e dois executivos afastados da Construtora Queiroz Galvão – Othon Zanoide e Ildefonso Colares, ambos investigados no caso.
Todos terão o sigilo quebrado entre 1º de janeiro de 2010 e 31 de dezembro de 2010. Os dados foram solicitados pela Polícia Federal no inquérito que investiga o senador por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. A PF quer saber se houve troca de ligações entre as cinco pessoas.
Em depoimento de delação premiada, Alberto Youssef afirmou que operacionalizou o pagamento de R$ 500 mil para a campanha de Raupp ao Senado de 2010. Segundo o doleiro, o valor teria saído da cota do PP e seria decorrente de sobrepreços em contratos da Petrobras.
O senador nega as suspeitas. Em recurso apresentado ao STF para arquivar a investigação, ele argumentou que não há provas mínimas de que ele tenha participado de irregularidades e que tudo se baseia nas palavras de um delator suspeito (Youssef) e que não tem credibilidade.
O pedido de quebra de sigilo foi feito no dia 13 de maio e autorizado por Teori Zavascki na última quinta-feira (21). O ministro também já autorizou a quebra de sigilos de outros políticos investigados no caso.
Determinou, por exemplo, a obtenção de dados bancários e fiscais do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), investigado junto com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) na Lava Jato. Também foram quebrados sigilos do senador Fernando Collor (PTB-AL) e do ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC).
Fonte: G1/Brasilia